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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Indústria da comunicação representa 15% do PIB mundial


Livro de Ignacio Ramonet analisa o declínio do jornalismo impresso 
e a ausência de um modelo que reproduza as mesmas taxas de lucratividade em suporte digital

17/07/2013
da Agência FEM-CUT

"Grandes jornais perdem inexoravelmente leitores no papel, mas não param de ganhá-los na web (43 milhões de internautas leem o New York Times); (porém) quando os sites dos grandes jornais passaram a ser pagos (como o Times), a visitação despencou (de 22 milhões para 200 mil)”. Este trecho faz parte da resenha do novo livro de Ignacio Ramonet, a 'Explosão do Jornalismo'. O tema interessa a todos que enxergam na pluralidade da informação e no discernimento crítico que ela alimenta, a alma da democracia.
Ramonet, um intelectual engajado nos impasses da expressão política no século 21, analisa um fenômeno que a mídia dominante conhece bem no Brasil: o declínio do jornalismo impresso e a ausência de um modelo de negócio que reproduza as mesmas taxas de lucratividade – e de hegemonia ideológica – em suporte digital.
Em edição recente, a inglesa ‘The Economist’ chamou a atenção para a velocidade exponencial da taxa de conexão brasileira à web. A metade dos lares do país já está plugada na rede. "O Brasil é a segunda base mais importante do Facebook no mundo", destaca o autor.
Tradicional
A mídia tradicional, segunda a revista conservadora, está perplexa diante de uma transição sem volta. Há muito dinheiro em jogo nessa travessia, explica Ramonet: a indústria da comunicação representa 15% do PIB mundial.
Não só dinheiro em espécie, cabe dizer. Mas também a sua versão concentrada e ainda mais valiosa: o poder político que se embaralha nessa encruzilhada. É sobretudo isso, que a ‘Economist’ não atenta, que adiciona especificidade e nitroglicerina ao caso brasileiro. "A ponto de a deriva de um setor empresarial tornar-se uma ameaça à democracia do país. Meia dúzia de corporações da mídia aqui pautam a vida política e tutelam a economia , como centuriões da riqueza acumulada e da autoridade corrente", frisa Ramonet.
A explosão do jornalismo, como diz Ramonet brincando com a ambiguidade, atinge o suporte convencional com tal impacto que desordena a escala e o conteúdo da linha de produção, borra o divisor entre emissor e receptor e dissolve o próprio conceito do que se emite: a informação. "Sua estratégia no Brasil visa recuperar, por todos os meios --todos-- um pedaço do chão firme anterior. Como a tecnologia é a variável exógena da equação, a alternativa dos 'liberais' que dominam a mídia converge para a luta pelo controle do Estado", finaliza o autor. (com informações da Carta Maior)

Foto: Divulgação

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