Protecionismo voltou mais sofisticado no mundo, diz Roberto Azevêdo
Por Ana Conceição | Valor - 17/07/2013
SÃO PAULO - O
protecionismo no mundo não só se fortaleceu nos últimos anos, como
também ficou mais sofisticado e difícil de detectar, afirmou o
diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo.
“Do ponto de vista comercial é importante notar que o protecionismo
voltou e de maneira mais sofisticada. Não é mais aquele método
tradicional, de tarifa mais altas, subsidio à exportação. Está mais
difícil de ser identificado. Está mais calcado em políticas de apoio a
setores fragilizados, ao sistema financeiro, automotivo, em subsídios
domésticos. É necessário provar que isso causou prejuízo, o que é
difícil”, disse Azevêdo, em discurso nesta quarta-feira na reunião do
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, com empresários e
representantes do governo, em Brasília.
“Os países que têm mais facilidade, mais recursos para apoiar suas empresas e realizar compras de produtos nacionais, estão agindo nessa direção”, continuou. “Não podemos nos iludir e pensar que o protecionismo tradicional é o único que existe. As novas tecnologias e o volume e capital que atravessa fronteiras muito maior, não se comparam ao que tínhamos há 15 anos.”
Azevêdo também entende que a crise continua abalando a economia mundial de maneira forte e que, a partir dela, os países emergentes ganharam maior importância e têm hoje um papel global diferente. “O quadro econômico é muito mais instável e delicado hoje do que era em 2008. O mundo continua desgovernado do ponto de vista financeiro, nada mudou. A superação da crise de 2008 vai demorar em um quadro de desemprego alto, que exacerba a sensibilidade política nesses países”, disse. “Os países mais desenvolvidos crescem mais devagar. A crise orçamentária na zona do euro leva a uma incerteza econômica política enorme. Tudo isso leva a outro fenômeno, ligado aos países emergentes, não só os Bric como também Indonésia, Egito, Turquia, todos muito resistentes, diferente de outros momentos de crise.”
Segundo ele, apenas 4% das 500 maiores empresas do mundo em 1990 vinham de países emergentes, proporção hoje que subiu para 22%. “Os emergentes não são mais vistos como países em desenvolvimento. Se antes havia disposição de ajudar, isso mudou. Em vez de receber ajuda, têm que passar a contribuir”, afirmou. ”Isso muda completamente a mentalidade do ponto de vista internacional, seja na abertura de mercados, seja no compartilhamento de responsabilidades nos fóruns de governança global, como o FMI.”
“Os países que têm mais facilidade, mais recursos para apoiar suas empresas e realizar compras de produtos nacionais, estão agindo nessa direção”, continuou. “Não podemos nos iludir e pensar que o protecionismo tradicional é o único que existe. As novas tecnologias e o volume e capital que atravessa fronteiras muito maior, não se comparam ao que tínhamos há 15 anos.”
Azevêdo também entende que a crise continua abalando a economia mundial de maneira forte e que, a partir dela, os países emergentes ganharam maior importância e têm hoje um papel global diferente. “O quadro econômico é muito mais instável e delicado hoje do que era em 2008. O mundo continua desgovernado do ponto de vista financeiro, nada mudou. A superação da crise de 2008 vai demorar em um quadro de desemprego alto, que exacerba a sensibilidade política nesses países”, disse. “Os países mais desenvolvidos crescem mais devagar. A crise orçamentária na zona do euro leva a uma incerteza econômica política enorme. Tudo isso leva a outro fenômeno, ligado aos países emergentes, não só os Bric como também Indonésia, Egito, Turquia, todos muito resistentes, diferente de outros momentos de crise.”
Segundo ele, apenas 4% das 500 maiores empresas do mundo em 1990 vinham de países emergentes, proporção hoje que subiu para 22%. “Os emergentes não são mais vistos como países em desenvolvimento. Se antes havia disposição de ajudar, isso mudou. Em vez de receber ajuda, têm que passar a contribuir”, afirmou. ”Isso muda completamente a mentalidade do ponto de vista internacional, seja na abertura de mercados, seja no compartilhamento de responsabilidades nos fóruns de governança global, como o FMI.”
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