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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Carros inteligentes poderiam salvar vidas

Carros inteligentes poderiam salvar vidas


Homem e carro estão à beira de um novo relacionamento: os sistemas inteligentes de direção assistida poderiam evitar cerca de metade de todos os acidentes de trânsito

AutorFrank Stern  |  Postado em12 de dezembro de 2013  |  FonteSustentabilidade Allianz

Veículos projetados com sensores podem ajudar a sa
Veículos projetados com sensores podem ajudar a salvar vidas
créditos: Shutterstock
Mais de um milhão de pessoas morrem em acidentes de trânsito todos os anos. Muitas mortes poderiam ser evitadas se os veículos pudessem pensar por si sós, então a indústria automotiva está injetando um pouco de senso em seus produtos.

O admirável mundo novo automotivo: veículos que são projetados para reconhecer sinais de trânsito, faróis vermelhos e pedestres, veículos que desligam o motor se forem detectados vapores de álcool e que sempre mantêm a devida distância do carro à frente, bem como veículos que estacionam sozinhos. 


Essas coisas já são uma realidade, ao menos nos departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento dos principais fabricantes de carros. Contudo, ainda pode levar um bom tempo para que essas fabulosas invenções 'peguem' no mercado. 

No passado, os fabricantes de carro se concentraram, sobretudo, na segurança passiva dos ocupantes do veículo. Cintos de segurança, airbags e funilaria, itens que absorvem a maior parte da energia em uma colisão, são padrão hoje em dia. 

Sua introdução amplamente disseminada contribuiu para um acentuado declínio no número de vítimas de acidentes nos últimos anos. Em 1970, mais de 21.300 pessoas morreram nas estradas alemãs; em 2010 esse número caiu para 3.648 – a menor taxa já registrada. 

A Comissão Europeia tenciona cortar pela metade o número de fatalidades no trânsito nos 27 países da União Europeia – de 35.000 em 2010 para 17.500 em 2020. 

Para chegar lá, especialistas como Christoph Lauterwasser e Johann Gwehenberger, do Centro Allianz de Tecnologia (AZT), se concentram em sistemas de controle eletrônico de estabilidade – conhecidos pelas siglas ESC ou ESP, em inglês – e na introdução de sistemas de frenagem automática de emergência e de orientação de faixas para caminhões e ônibus. 

"Se o ESC fosse implementado em larga escala, o número de mortes no trânsito poderia diminuir entre 35% e 40%," afirma o pesquisador de acidentes Gwehenberger. "Há uma boa razão que o faz ser considerado o salva-vidas nº 2 depois do cinto de segurança".

Porém, ainda vai levar um tempo até que todos os veículos estejam equipados com o ESC, que evita derrapagens por meio da aplicação seletiva dos freios às rodas e ajuda a controlar o veículo. Na Alemanha, por exemplo, os carros têm em média oito anos de idade; em outros países, eles tendem a ser ainda mais velhos.

Os pesquisadores de acidentes também examinaram o desenvolvimento de sistemas inteligentes de direção assistida, como o Active Hazard Braking (frenagem de emergência que evita impactos), o assistente de cruzamentos (que detecta situações críticas em cruzamentos), detecção de pedestres e ciclistas, e um dispositivo integrado de orientação na pista, com alarme que avisa se o veículo se desvia da faixa e dá assistência para mudar de faixa. 


Carros inteligentes reconhecem "onda verde "
A vantagem desses sistemas é que eles não só reagem ao perigo iminente, mas também previnem ocorrências críticas, antecipando situações.

Assim, o assistente de cruzamento avisa antes de se avançar um semáforo vermelho ou fazer uma manobra arriscada de conversão, e recomenda a velocidade certa para aproveitar a sincronia dos semáforos verdes – conceito denominado onda verde. O truque é uma câmera instalada nos cruzamentos, que filma o tráfego e envia as informações e os intervalos dos semáforos para o carro. 

O computador de bordo analisa os dados juntamente com informações, como a velocidade do veículo, a distância do cruzamento e a direção do deslocamento. É um cenário futurista que requer carros inteligentes, bem como uma infraestrutura de trânsito projetada para isso. 

Os departamentos de pesquisa dos fabricantes de automóveis e das universidades já estão um passo à frente: eles agora estão fazendo experiências com veículos totalmente conectados em rede e que podem se comunicar uns com os outros. 

Por exemplo, o carro do futuro será capaz de detectar se algum veículo mais à frente freou e reduzirá sua velocidade com antecedência. Ele envia informações aos veículos detrás quando encontra condições de pista adversas, avisa sobre engarrafamentos de trânsito e entra em contato com a oficina assim que surge um problema técnico. Essa informação é analisada remotamente, e o problema é retificado pelo software de bordo. 

Sistemas de direção assistida para diminuir o valor dos seguros?
E, claro, os sistemas de alta tecnologia e os sistemas de direção assistida tecnicamente complexos têm seu preço. Lauterwasser e Gwehenberger tampouco estão muito otimistas quanto à possibilidade de que a disseminação desses sistemas possa reduzir o valor dos seguros. De acordo com os especialistas, poderá haver uma redução no número de sinistros, mas se esses veículos hi-tech e recheados de sensores se envolverem em um acidente, o prejuízo vai custar uma fortuna!

Lauterwasser e Gwehenberger não creem que sistemas integrados em rede possam assumir o controle total de um veículo a qualquer tempo, mas acham que os sistemas de direção assistida assumirão cada vez mais e mais tarefas. 


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