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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Walking School Bus: “ônibus” andante para ir à escola

Walking School Bus: “ônibus” andante para ir à escola


Novo meio de transporte faz bem à saúde e pode até diminuir a violência da cidade
Alunos da Sunnynook Primary School, na Nova Zelândia,vão para a escola com o "ônibus a pé" (Foto: Divulgação)
Alunos da Sunnynook Primary School, na Nova Zelândia,
vão para a escola com o "ônibus a pé" (Foto: Divulgação)


Passar perto de escola em horário de entrada ou saída é um exercício de muita paciência. O caos do trânsito na região aumenta com muita buzina, carros que atravancam a passagem e portas que se abrem repentinamente, colocando seus passageiros mirins, pedestres e ciclistas em risco.
Foi pensando em uma solução para esse problema que, em 1992, o australiano David Engwicht criou o conceito – simples e por isso mesmo genial – do Walking School Bus (ônibus escolar a pé). A ideia pegou e se espalhou pelo mundo. Hoje, moradores de cidades da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá e Europa podem ver, nos horários de pico, um comboio de crianças a pé, acompanhadas de dois adultos.

Como funciona

Exatamente como as vans escolares e os ônibus tradicionais, o comboio andante percorre sempre o mesmo caminho, com horários e paradas igualmente fixas onde pega ou deixa as crianças. Os pais conhecem os condutores, a rota do grupo e seus pontos de “embarque” e “desembarque”. Esse novo meio de transporte pode ser organizado de maneira informal, pelos próprios pais que moram na proximidade da escola, ou contar com programas estruturados pela escola ou pelo município.
Na Inglaterra, os passageiros do Walking School Bus costumam usar jaquetas ou coletes refletivos para aumentar a visibilidade e segurança. Nos Estados Unidos, a ideia tem o apoio do governo, que estimula e capacita as iniciativas por meio do programa Safe Routes to School.

Impacto para as crianças e a cidade

Substituir as rodas pelos pés no caminho entre a casa e a escola não apenas diminui a quantidade de carros na rua como educa para o trânsito, oferece às crianças independência de mobilidade e funciona como um aliado no combate à obesidade infantil.
O impacto na qualidade de vida dos moradores pode ainda ser mais profundo. Foi assim em Detroit, nos Estados Unidos, onde houve redução na criminalidade em bairros antes considerados perigosos para as crianças. O Walking School Bus levou cidadãos comuns e governo a se unirem em uma força-tarefa para mapear no percurso das crianças prédios abandonados e terrenos baldios que precisavam ser limpos. Também contaram com a ajuda da polícia para tornar a área mais segura.
A escola West Leigh Junior School, no sul da Inglaterra, optou por envolver seus alunos desde o início do projeto de ônibus a pé. As crianças receberam câmeras descartáveis para registrar o que consideravam pontos perigosos e bons trajetos para ir à escola e fizeram uma reunião com agentes de trânsito para decidir a cor de seus coletes. O programa foi um sucesso. A escola implantou cinco rotas de ônibus a pé, atendendo a cerca de 100 alunos que moram na região.

Como organizar um ônibus escolar andante no seu bairro

Para quem se animou com a possibilidade de montar seu próprio ônibus andante, o site Walking School Bus (em inglês) publicou um folheto com dicas para começar de um jeito simples e informal. A organização recomenda:
  • convide as famílias que moram na redondeza para caminhar.;
  • escolha um caminho e faça uma caminhada de teste;
  • decida com que frequência o grupo caminhará junto.;
  • divirta-se…
… e deixe um comentário aqui contando como foi!

Trânsito e multas na cidade

Em São Paulo, estima-se que o número de viagens de carro aumenta 20% na volta às aulas. Perto das escolas, cresce também o número de multas. Formar fila dupla, estacionar em lugar proibido e parar o carro em faixa de segurança são as infrações mais comuns. Segundo a CET, o maior impacto no trânsito acontece perto das seguintes escolas: Mackenzie (colégio e universidade), Colégio Rio Branco, Colégio Renascença, FAAP, Colégio São Luís, Colégio Dante Alighieri, Colégio Britânico, Escola Mobile, Escola Viva, Colégio Bandeirantes, Colégio Arquidiocesano, Colégio Santa Maria e EMEF José Amadei.

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