Médicos cubanos e leilões do petróleo
Acorda Dilma! Junte-se ao povo e impeça o leilão.
Você não havia prometido que ouviria as ruas? As ruas querem impedir o
leilão do petróleo
04/09/2013
Editorial da edição 549 do Brasil de Fato
Estes
dois temas estão presentes em toda a mídia brasileira nos últimos dias,
e nessa semana da Pátria. E certamente nos motivam refl exão. A questão
da vinda dos médicos cubanos evoca o internacionalismo, o humanismo
frente aos problemas de saúde do povo e a xenofobia corporativista de um
setor de médicos brasileiros contra a presença desses profissionais em
nosso território.
A sociedade brasileira é o
resultado da miscigenação de centenas de etnias. Somos os povos nativos
divididos entre muitos povos, com suas culturas e costumes, depois a
vinda de europeus também de diversos países, os africanos de inúmeras
etnias e grupos e, mais tarde os asiáticos, também de diversas origens.
E, mais recentemente temos recebido migrantes da Bolívia, Paraguai,
Chile, Peru, China e Coreia.
Há mais de 70 mil
profissionais de arquitetura e engenharia estrangeiros atuando no país.
Com as privatizações do governo FHC, centenas de empresas estatais
privadas foram inundadas com diretores e gerentes de outros países. Nem
uma linha na imprensa burguesa contra eles. Há até uma praça na cidade
de São Paulo que homenageia os 180 povos/etnias que já teriam presença
na cidade.
Por que então tanta raiva, ódio contra
os médicos cubanos? Disputa de mercado não é. Afinal, eles vão ganhar
menos que os brasileiros e somente irão trabalhar em municípios que os
médicos brasileiros não querem ir. Então, só tem uma explicação: a
xenofobia contra estrangeiros e o ódio de classe contra os pobres
brasileiros que precisam de atenção. E as duas coisas são crimes.
Esperamos que o povo brasileiro execre a atitude desses falsos médicos que abandonaram de vez a ética que juraram.
Leilões do pré-sal
A
semana da Pátria evoca sempre a soberania nacional, os valores de nossa
cultura brasileira e a necessidade de defendermos os interesses de todo
o povo. E os militares aproveitam a efeméride para se colocar na
primeira fila dessas bandeiras.
É um bom momento
para refletirmos e lutarmos contra os anunciados leilões das reservas do
pré-sal, no chamado campo de Libra, que fica no litoral
paulista/carioca. Os técnicos estimam que as reservas tenham petróleo
equivalente a mais de 1 trihão de dólares. Mas o governo com sua Agência
Nacional de Petróleo, feliz, anuncia que espera arrecadar 14 bilhões de
reais, e que os vai destinar à educação. As empresas petrolíferas
estrangeiras agradecem, e estão eufóricas com o leilão. Mas isso é um
assalto ao patrimônio público de todo o povo brasileiro, como reza a
Constituição. E mesmo a lei de petróleo aprovada no governo Lula,
determina que a prioridade para exploração do pré-sal seja da Petrobras.
Portanto, não se explica por que tanta pressa do governo Dilma querer
privatizar. Haveria alguma razão sigilosa, algum compromisso com os
capitalistas de todo o mundo?
Os movimentos
populares de todo o país, os sindicatos de petroleiros, as pessoas de sã
consciência estão dispostas a lutar até o último minuto para impedir a
realização desse leilão antissoberano e vende-pátria.
O
governo Dilma, se levar essa sanha até o final, conseguirá se sobrepor
ao governo FHC na categoria lesa-pátria, quando o então governo tucano
entregou – a preço de banana, doado – a nossa maior empresa de
mineração, a Companhia Vale do Rio Doce. Agora, o governo Dilma, sob
comando do ex-porta-voz do governo da ditadura do general Ernesto
Geisel, o senhor Lobão, entregará nossa maior reserva de petróleo, que
vai demorar 50 anos para explorá-lo.
Por isso, o nosso jornal Brasil de Fato
se soma a todos os movimentos sociais e forças populares nessa campanha
permanente para impedir que se realize o leilão do pré-sal no dia 21 de
outubro próximo.
Esperamos conseguir reter essas
reserva para que a Petrobras possa ir explorando de acordo com as
necessidades do povo brasileiro, e que os seus resultados sejam
destinados no investimento de educação e de saúde.
Se
houver leilão, quem ficará com maior parte do bolo serão as empresas
transnacionais. O Estado brasileiro ficará apenas com a parcela de 10%
de royalties, e estes então seriam destinados à educação e à saúde.
Nós precisamos garantir os 100% do petróleo para educação e saúde, e não apenas os 10% de royalties.
Acorda
Dilma! Junte-se ao povo e impeça o leilão. Você não havia prometido que
ouviria as ruas? As ruas querem impedir o leilão do petróleo. Não entre
para a história como a maior privatizadora dos recursos naturais de
toda a história do Brasil. Deixe essa faixa apenas para o FHC. E se
tiveres alguma dúvida sobre esse tema convoque um Plebiscito Popular.
Deixe o povo decidir sobre o futuro das reservas do petróleo.
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