Ataque à Síria dá primeiro passo no Congresso dos EUA
Congresso aprova texto indicando que a política norte-americana é enfraquecer Assad e apoiar a oposição ao ditador sírio
por Redação — publicado 04/09/2013
McCain, que disputou as eleições de 2008 com Obama, é a favor de uma intervenção norte-americana na Síria
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, obteve nesta quarta-feira 4 sua primeira vitória na busca pelo apoio do Congresso para atacar o regime de Bashar al-Assad na Síria. Por 10 votos a 7, o poderoso Comitê de Relações Exteriores aprovou uma resolução dando apoio ao uso de força militar contra o ditador sírio. O governo dos Estados Unidos, assim como o da França, afirma que as tropas de Assad são responsáveis pelo ataque químico realizado em 21 de agosto nos subúrbios de Damasco e prometem uma retaliação.
A votação apertada mostrou que não há consenso entre os senadores norte-americanos sobre o que fazer na Síria. Democratas e republicanos se misturaram na votação, um cenário que deve se repetir a partir da segunda-feira 9, quando todo o Senado se reúne para aprovar o pedido de Obama.
De acordo com o jornal The New York Times, no debate interno do comitê o senador republicano Rand Paul (Kentucky) foi derrotado. Paul defendia que os Estados Unidos entrassem no conflito apenas se fossem diretamente atacados pelo regime sírio, o que não ocorreu. Venceram o debate interno os senadores John McCain (republicano do Arizona) e Chris Coons (democrata do Delaware). Segundo o jornal, o texto do comitê de senadores diz que como não houve mudança decisiva no balanço de poder militar dentro da Síria, não há incentivos para uma solução política. Assim, afirma o NYT, o comitê entende que a política norte-americana para a Síria inclui "modificar o ímpeto no campo de batalha" sírio, degradando a capacidade militar do regime e elevando a dos rebeldes.
Em visita à Suécia, de onde seguirá para encontro do G-20 na Rússia, Obama continuou sua campanha para dar legitimidade à ofensiva. Ele afirmou que a comunidade internacional não pode ficar calada ante a barbárie ocorrida na Síria. "Acredito que o Congresso aprovará, porque (...) se a comunidade internacional não conseguir fazer com que algumas regras sejam respeitadas (...) ao longo do tempo, o mundo se tornará um lugar menos seguro", disse.
Assad, por sua vez, se manifestou por meio de seu vice-ministro das Relações Exteriores, Fayçal Moqdad. Em entrevista à agência AFP, Moqdad disse que "o regime sírio não se curvará às ameaças de um ataque ocidental, mesmo se houver uma Terceira Guerra Mundial". "O governo sírio não mudará sua posição. Nenhum sírio pode sacrificar a independência de seu país", disse Moqdad, afirmando que Damasco tomou todas as medidas para reagir a uma agressão externa.
Com informações da AFP
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