IDM Municipal melhora, mas educação ainda tem avaliação média
Adital
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), por meio de uma análise mais aprofundada dos números do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, divulgado recentemente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), revela que, embora o IDM Municipal tenha crescido 128%, saindo de 0,279 para 0,637, o item educação ainda tem avaliação média. Os demais avaliados se caracterizam como alto e muito alto, com crescimento de 14%, no caso da renda, e de 23% no item longevidade.
As notas do IDH municipal variam de 0 a 1, de acordo com a metodologia elaborada pelo PNUD em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro. Viviane Tavares, da EPSJV/Fiocruz, afirma que, desde março de 2013, quando foi divulgado o primeiro relatório do Índice do Desenvolvimento Humano denominado "A Ascensão do Sul: Progresso Humano num Mundo Diversificado”, o item educação tinha ficado entre os mais polêmicos. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, discordou, na ocasião, dos resultados, alegando que foram usados dados desatualizados e que se esses que eram de 2005, fossem mais atuais, a educação subiria 20 posições no ranking. A posição hoje é a de 85ª posição na lista que reúne 187 países.
O resultado atual mostra que a população adulta com ensino fundamental concluído passou de 30,1% para 54,9%. Nas idades de 5 a 6 anos, o índice foi o que mais cresceu saltando de 37,3% para 91,1%, seguido dos de 11 a 13 anos, que passaram de 36,8% para 84,9%. Os jovens de 15 a 17 anos saíram de 20% para 57,2%, porém, 40% destes ainda não têm o fundamental completo. Já os de 18 a 20 anos com ensino médio completo passaram de 13 para 41%, ou seja, 59% dos jovens nessa faixa etária ainda não completaram o ensino médio.
A vice-diretora de Ensino e Informação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz (EPSJV/Fiocruz), Páulea Zaquini, lembra que os jovens são ainda os mais prejudicados quando o assunto é a educação. "Devido a questões sociais e econômicas, os jovens são muito cobrados para a entrada no mundo do trabalho, por outro lado, você encontra uma escola que o jovem não quer ficar, então, ele também vê nesse momento o atendimento de uma demanda social e, ao mesmo tempo, sair de um lugar indesejado. A escola está muito longe da realidade e dos desejos dos jovens. Não é sedutora para essa faixa etária", observa.
As diferenças regionais também permanecem. Os destaques de crescimento ainda foram concentrados nas regiões sul e sudeste, nas quais 23% dos municípios têm IDHm Educação acima do subíndice equivalente do Brasil (0,637), enquanto as regiões norte e nordeste têm mais de 90% dos municípios ainda nas faixas de baixo e muito baixo.
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