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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A cultura dos conteúdos e produtos descartáveis

A cultura dos conteúdos e produtos descartáveis

 

 fevereiro 15, 2011


descartavel

A informação é muitas vezes tratada como mercadoria ou bem econômico  para tentar facilitar sua inserção no mundo dos negócios e do marketing.  Contudo, em termos econômicos , a informação  é  uma mercadoria torta,  por não possuir os atributos necessários para  esta caracterização considerando seu conteúdo simbólico. Não tem unidade de medida, não é divisível,  é abundante e não escassa, não é homogênea e sobretudo não se transforma em propriedade do consumidor ou de quem a comprou, mesmo quando sua posse é  defendida por cuidadoso aparato legal.
O mercado dos conteúdos de informação é atormentado pela relação preço, custo, valor. A mesma “mercadoria” informação possui diferente valor para os consumidores. Não existe um preço de equilíbrio , pois o preço pode estar muito abaixo ou muito acima do valor que, diferentes usuários, lhe atribuem. Bom frisar de novo que não falamos da base física  e sim dos conteúdos de informação.
O conceito de marketing como sendo “como a atividade humana dirigida para a satisfação das necessidades e desejos, através dos processos de troca”. (Kootler, Philip) nunca foi bem posicionado para a as atividade de conteúdo de informação.  São aceitas  liberdades conceituais de ficcionistas e poetas com privilégios  para reelaborar conceitos mediáticos e sonhar palavras. Mas os especialistas  não devem conviver  com a extravagância conceitual de analogias mal formuladas.
Conteúdos  de natureza simbólica têm  barreiras para incrementar o  consumo , pois  interiorizar informação é uma condição subjetiva e de livre arbítrio de cada sujeito .  O discurso do marketing nunca ficou a vontade na cadeia de eventos dos fluxos de significado  equilibrando-se em uma linha que separa a mistificação do mal entendido com uma condição aumentada na  era digital, quando a mídia de massa está em constante julgamento como conteúdo descartável.
Don Tapscott, canadense,  escritor, pesquisador e consultor especializado em estratégia corporativa e transformação organizacional para cultura digital, da Web 2.0 e Geração pós Internet declara em um artigo* o “Fim do Marketing” como instrumento facilitador para o desenvolvimento dos processos de troca para todas as formas de mercadorias.
Trechos do “O fim do marketing “* por Don Tapscott, citando:
Com a Internet onipresente, os Quatro Ps do marketing – produto, praça, preço e promoção – não funcionam mais. O paradigma era simples e unidirecional: as empresas vendem aos consumidores. Nós criamos produtos; fixamos preços; definimos os locais onde vendê-los; e fazemos anúncios. Nós controlamos a mensagem.
A internet transforma todas essas atividades. De produtos para experiências.
Os produtos agora são customizados  envolvem serviços e são marcados pelo conhecimento e os gostos dos consumidores. Por meio de comunidades online, os consumidores hoje participam do desenvolvimento do produto. Estão mortas as velhas concepções industriais na definição e marketing de produtos.
De preço para descoberta de preço
Graças às vendas online e à nova dinâmica do mercado, os preços fixados pelo fornecedor estão sendo cada vez mais desafiados. Hoje questionamos até o conceito de “preço”, à medida que os consumidores ganham acesso a ferramentas que lhes permitem determinar quanto querem pagar.
De praça para qualquer praça
A empresa moderna compete em dois mundos:  um físico (a praça, ou marketplace) e um  digital de informação (no espaço mercadológico online). As empresas não devem preocupar-se com a criação de um web site mas sim de uma grande comunidade online e com o capital dos relacionamentos.
De promoção para comunicação
Publicidade, promoção, relações públicas etc. exploram “mensagens” unidirecionais, de um-para-muitos e de tamanho único, dirigidas a consumidores sem rosto e sem poder. As comunidades online perturbam drasticamente esse modelo. Os consumidores, com frequência,  têm acesso a informações sobre os produtos, e o poder passa para o lado deles. São eles que controlam as regras do mercado. Eles escolhem o meio e a mensagem. Em vez de receber mensagens enviadas por profissionais de relações públicas, eles criam uma “opinião pública” online.
“Os marqueteiros estão perdendo o controle, e isso é muito bom.”

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