Escola Nacional Florestan Fernandes: seja um associado
A formação político-ideológica e o processo
educativo é tão importante para o MST quanto conquistar a terra para
trabalhar e produzir alimentos
19/07/2013
João Pedro Stedile, Erivan Hilario e Igor Fuser,
Vocês
têm acompanhado nossas atividades na luta pela Reforma Agrária e por
uma sociedade brasileira com mais igualdade nesses anos todos.
A
formação político-ideológica e o processo educativo é tão importante
para o MST quanto conquistar a terra para trabalhar e produzir
alimentos.
Por isso, estamos enviando uma proposta (clique aqui)
para que você se engaje no nosso movimento, ajudando nos processos
formativos e na manutenção da Escola Nacional Florestan Fernandes.
Preencha e ficha e envie para associacao@amigosenff.org.br
Estamos pedindo sua participação e solidariedade. Contamos com vocês!
Um forte abraço, em nome de toda militância do MST e dos movimentos sociais brasileiros.
Abaixo, saiba mais da Escola Nacional Florestan Fernandes:
Trajetória de construção e manutenção de uma escola de formação no século 21
A
Escola Nacional Florestan Fernandes é uma escola de formação de
quadros. Ela é dirigida pelos militantes/educadores populares do MST,
mas realiza cursos para toda militância dos movimentos sociais
brasileiros e de toda América Latina. Seu nome é uma homenagem a um
dos maiores pensadores brasileiros que tinha como principio colocar os
conhecimentos científicos a serviço da libertação da classe trabalhadora
brasileira, e por isso expressa a síntese da vocação da escola:
Florestan Fernandes!
Situada em Guararema (a 70
km de São Paulo) foi inaugurada em 23 de janeiro de 2005 e foi
construída ao longo dos anos de 2000 e 2004, graças ao trabalho
voluntário de mais mil trabalhadores sem terra e simpatizantes. Sua
missão histórica é a de atender às necessidades da formação de
militantes de movimentos sociais e organizações que lutam por um mundo
mais justo.
Os recursos para a sua construção
foram obtidos com a venda de fotos de Sebastião Salgado e do livro Terra
(fotos de Sebastião Salgado, texto de José Saramago e música de Chico
Buarque) e mediante a contribuição de entidades da classe trabalhadora
do Brasil, da América Latina e de várias partes do mundo.
Sua
manutenção e funcionamento são assegurados pelo apoio de solidariedade
nacional e internacionais. A Escola mantem o principio que não deve
receber recursos governamentais, para manter a autonomia
político-ideológica de fidelidade apenas à classe trabalhadora.
A escola desenvolve seus cursos e atividades sempre baseado no principio da solidariedade e da participação de todos.
Assim,
todos os professores que nesse período passaram por La dando aulas
sempre o fizeram de forma militantes. Todos os trabalhadores que moram
na escola o fazem de forma militante. E todos os trabalhos de
manutenção da escola são realizados com a participação dos próprios
estudantes, como um processo autogestionário e do método educativo.
Alguns
cursos superiores e de pós-graduação são realizados em parcerias com
universidades publicas brasileiras, como tem ocorrido com a UNESP e a
UNB.
A escola mantêm dois cursos
latino-americanos para estudantes de todo continente e da Europa,
dentro da perspectiva de fortalecido da integração popular continental,
nos marcos da ALBA. E diversos movimentos sociais brasileiros realizam
suas atividades formativas nos espaços da escola assumindo suas
próprias despesas.
Veja a seguir algumas informações básicas sobre o funcionamento da ENFF:
1.Um território autônomo de formação da classe trabalhadora
A
escola está erguida sobre um terreno de 120 mil m2, com instalações de
alvenaria de tijolos fabricados pelos próprios trabalhadores. O projeto
arquitetônico, oferecido voluntariamente, teve como princípio causar o
menor dano ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, propiciar o melhor
resultado para o sujeito da escola: trabalhadores, alunos, assessores e
visitantes.
Ao todo, são três salas de aula, que
comportam juntas até 200 pessoas, um auditório, dois anfiteatros, uma
biblioteca com 40 mil livros (obtidos por meio de doação), com espaço de
leitura e ilha de edição. Além disso, a escola conta com quatro blocos
de alojamento, refeitórios, lavanderia, estação de tratamento de esgotos
e casas destinadas aos assessores e às famílias de trabalhadores que
residem na escola. Dispõe, ainda, de horta e pocilga que produzem para
consumo local, e árvores frutíferas espalhadas pelo terreno. Para o
lazer, oferece um campo de futebol gramado e uma quadra multiuso
coberta.
O seu uso demanda a dedicação integral
de 35 trabalhadores militantes residentes no local, de todas as áreas
(administrativa, pedagógica, infraestrutura elétrica, sanitária e
outros). Todos os que frequentam os seus cursos se encarregam da
limpeza, dos cuidados com a horta e outros trabalhos de manutenção.
A
ciranda infantil, espaço educativo para os filhos dos trabalhadores e
ou dos estudantes que lá acorrem, se chama “Ciranda Infantil Saci
Pererê” e oferece um ambiente sadio e cuidadoso às crianças, enquanto
seus responsáveis, principalmente as mães, estudam e/ou trabalham. Saci
Pererê foi escolhido com um concurso interno entre amigos e militantes
do MST e representa o símbolo folclórico de nossa nacionalidade.
2.O trabalho educativo
Nesses
anos de sua existência, de 2005 e 2012 passaram pela escola mais de
vinte mil militantes dos movimentos sociais do campo e da cidade, de
todos os Estados do Brasil e de outros países da América Latina e da
África.
A escola tem recebido o apoio de mais de
500 professores voluntários – do Brasil, da América Latina e de outras
regiões –, nas áreas de Filosofia Política, Teoria do Conhecimento,
Sociologia Rural, Economia Política da Agricultura, História Social do
Brasil, Conjuntura Internacional, Administração e Gestão Social,
Educação do Campo e Estudos Latino-americanos.
A
ENFFF é associada CLACSO, como espaço de parceria com inúmeras
experiências de formação superior da América Latina. Também tem
feito parceiras com inúmeras entidades do Brasil e do Exterior para o
desenvolvimento de seminários, cursos e atividades formativas.
Se
realizam na escola inúmeras formas e cursos diferentes. Há encontros e
seminários temáticos de curta duração. Há cursos de formação de
militantes desenvolvidos em várias etapas. Há cursos superiores em
convenio com universidades, e há também cursos de especialização e de
pós-graduação em convênios com universidades e/ou desenvolvidos por
movimentos com outras parcerias.
Como parte do
método pedagógico, a escola possui um coletivo pedagógico (CPP)
permanente, responsável pela realização dos cursos planejados. Mas em
cada curso ou atividade se constitui uma CPP especial, com participação
dos próprios estudantes e professores, para autogestionarem as
atividades formativas.
A escola possui um espaço
de produção hortigranjeira, na qual os estudantes também se inserem como
parte do trabalho-estudo educativo.
Temos
orgulho de já termos recebido como professores visitantes ilustres
pensadores do pensamento critico mundial, que contribuíram com a escola,
como: Istvan Mezaros, Eduardo Galeano, Aleida Guevara, Ignacio
Ramonet, Jean Ziegler, Walter Salles, Ana Esther Cecena, Isabel Mona,
Isabel Rauber, Francois Houtart, Fernando Martinez, Armando Bartra,
Marta Harnecker, Michel Lowy, Claudio Kartz, Richard Gott, Carlos
Barrientos, entre outros..
3.Participe da luta em defesa da ENFF.
Em
dezembro de 2009, um grupo de intelectuais, professores, militantes e
colaboradores resolveu criar a “Associação dos Amigos da Escola Nacional
Florestan Fernandes”, com os seguintes objetivos:
- divulgar as atividades da escola, por todos os meios possíveis;
- iniciar uma campanha nacional pela adesão de novos sócios;
-
promover atividades e campanhas de solidariedade para angariar
recursos, incluindo doações de livros, revistas, publicações e material
audiovisual para a Biblioteca da ENFF;
- apoiar e
incentivar o desenvolvimento de projetos de educação e escolarização de
crianças, jovens e adultos do campo, da cidade, das comunidades
indígenas e quilombolas, bem como projetos contra as discriminações de
raça, cor, gênero, sexo e religião;
desenvolver parcerias específicas com instituições e entidades que atuem na área da formação e educação;
- viabilizar projetos que estimulem estudos acerca da tradição do pensamento crítico;
estimular intercâmbio de atividades de formação do Brasil com a América Latina e com outros continentes.
4.Precisamos de seu apoio e participação:
Para
se tornar associado, é indispensável preencher da ficha de adesão com o
compromisso de contribuir regularmente com um valor mínimo mensal de R$
30,00, ou com contribuições solidárias de qualquer valor.
Os
recursos angariados pela Associação serão diretamente destinados às
atividades da escola. Eventualmente, parte desses recursos poderá ser
usada na organização de outras atividades (seminários, mostras de arte e
fotografia, festivais de música e cinema etc), cujos recursos também
serão destinados à ENFF.
Se você ainda não
conhece, poderá fazer uma pessoal ou coletiva de forma monitorada à
ENFF, organizada periodicamente por nossa associação.
A associação organiza visitas coletivas um sábado por mês.
Você sentirá orgulho de pertencer ao grupo de colaboradores que viabilizará o projeto ENFF.
Para
obter mais informações sobre como participar e contribuir, procure a
secretaria executiva: Rua da Abolição nº 167 – Bela Vista – São Paulo –
SP – Brasil – CEP 01319-030 - Telefones: (55.11) 3105-0918– 99454-9030 -
associacao@amigosenff.org.br – www.amigosenff.org.br.
João
Pedro Stedile é da coordenação Nacional do MST e da Via Campesina;
Erivan Hilario é do coletivo de Direção da ENFF; e Igor Fuser é
presidente da Associação de Amig@s da ENFF.
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