Erdogan diz que paciência está no fim e promete tirar manifestantes de praça
Premiê chama ativistas de baderneiros e acusa oposição de tentar desestabilizar a Turquia
13 de junho de 2013
O primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, deu um ultimato nesta
quinta-feira aos manifestantes que ocupam um parque no centro de
Istambul, afirmando que a paciência acabou e pedindo que eles deixem o
local.
"Peço aos jovens do parque Gezi. Vocês apresentaram suas demandas.
Abandonem este lugar", disse Erdogan em Ancara durante uma reunião com
representantes do partido islamita moderado AKP. "Chegamos ao final de
nossa paciência. Faço esta advertência uma última vez. Peço aos pais: se
ocupem de seus filhos."
O despejo forçado de milhares de manifestantes no parque Gezi,
situado no centro de Istambul, desencadeou há duas semanas uma onda de
manifestações em todo o país contra o governo de Erdogan.
Pelo menos quatro pessoas morreram desde então, enquanto milhares
ficaram feridas e centenas detidas pela polícia, incluindo usuários das
redes sociais e advogados que defendem os manifestantes presos.
O premiê mais uma vez criticou a mídia estrangeira e o "lobby da taxa
de juros", que segundo o governo é composto por uma quadrilha de
economistas, investidores e jornalistas que querem desestabilizar o país
ao estimular os distúrbios com o objetivo de manipular os mercados
turcos em seu próprio beneficio.
Erdogan disse que 11 das 13 principais companhias turcas em termos de
ganhos no ano passado foram empresas financeiras que, antes de seu
partido chegar ao poder em 2002 "costumavam ganhar 7.500% em taxas de
juros overnight. É por isso que estão desconfortáveis".
O premiê garante ter oferecido aos manifestantes a realização de um referendo sobre
seu planos de reformulação do parque, numa tentativa de interromper os
protestos. Segundo ele, a oferta dividiu os representantes e que alguns
continuam a acampar no parque.
Erdogan também criticou o Parlamento Europeu por sua moção para uma
resolução que expressa a preocupação da organização sobre "o uso
desproporcional e excessivo da força" pela polícia turca.
A Assembleia da UE disse que "lamenta as reações do governo turco e
do primeiro-ministro Erdogan" e o acusa de intensificar a polarização da
situação.
EFE, REUTERS e AP
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