3 em 4 jovens americanos querem viver sem carro
Por TheCityFixBrasil
Dados mostram que os jovens americanos e europeus estão optando por modais de transporte não motorizados e coletivos para ter mais qualidade de vida.
Foto: Aurimas Adomavicius
Foto: Aurimas Adomavicius
A urbanização e o poder aquisitivo crescentes da população são incentivos às viagens urbanas motorizadas. No Brasil, comprar um carro é sonho, e as vendas batem recordes a cada mês. Enquanto isso, números de países europeus e dos Estados Unidos apontam para outra tendência em mobilidade urbana: a escolha por meios de deslocamento não motorizados, especialmente entre as gerações mais jovens.
Estudo divulgado recentemente pela Rockefeller Foundation e pela Transportation for America, por exemplo, revela que três em cada quatro jovens americanos gostariam de viver em locais onde não precisassem de carro. Além disso, transporte coletivo de alta qualidade é um dos três critérios principais ao escolher uma nova cidade para viver, apontam 66% dos entrevistados. A oferta multimodal numa cidade, como compartilhamento de bicicleta e de carro é fundamental para 54% das pessoas.
A pesquisa, realizada com jovens de 18-34 anos, reflete, principalmente, a busca pela qualidade de vida. Eles querem estar conectados o tempo todo, até durante o deslocamento, querem oportunidades de trabalho, de educação e fácil acesso aos serviços básicos – sem lidar com o estresse do trânsito. Ao encontro destas descobertas feitas pela Rockefeller, dados sobre viagens familiares dos Estados Unidos entre 2001 e 2009 indicam um declínio de 23% nas milhas percorridas por viagens motorizadas entre cidadãos entre 16-34 anos. Já na Europa, o desinteresse dos jovens por carros está afetando o mercado, cujas vendas vêm diminuindo ano a ano.
Antes pelo carro, a preferência de novas gerações de países desenvolvidos passa a ser pelo transporte ativo, como a caminhada e a bicicleta, e pelo transporte coletivo. Esta mudança de mentalidade reflete não apenas uma contribuição para a cidade, as mudanças climáticas, a saúde pública e a qualidade de vida. Mas é também uma grande oportunidade para que governantes invistam na criação de políticas públicas que incentivem e favoreçam os modais sustentáveis. Que os municípios brasileiros façam sua parte, levando essas lições para os planos de mobilidade urbana exigidos pela Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Pesquisa afirma que em Londres 500 vidas seriam salvas se pessoas andassem mais de bike
A Organização Mundial da Saúde em Londres, na Inglaterra, realizou uma pesquisa na qual conclui-se que se todas as pessoas da capital inglesa andassem mais de bike – pelo menos no nível da cidade de Copenhagen na Dinamarca -, 500 vidas por ano seriam salvas, além de todos os benefícios de saúde e possibilidade a criação de 8000 empregos.
O diretor da Sustrans em Londres disse: “A evidência de que as bicicletas mantêm as rodas da economia girando e que é necessária para uma vida saudável está martelando nas nossas cabeças e não pode ser ignorada. Precisamos agir agora para acabar com a dependência dos carros e fazer do ciclismo uma escolha segura e conveniente por meio de diminuir a velocidade permitida no tráfego, criando um espaço maior dedicado ao ciclismo e educando melhor os motoristas de automóveis.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário