União Europeia e Ucrânia assinam acordo de associação política
Crise ucraniana começou quando esse tratado foi rejeitado em novembro por Yanukovich
OESP - 21 de março de 2014
BRUXELAS - A União Europeia e a Ucrânia assinaram nesta sexta-feira, 21,
os pontos principais de um acordo de associação política, adotando o
tratado rejeitado em novembro pelo então presidente ucraniano Viktor
Yanukovich - decisão que levou à sua deposição.
O primeiro-ministro Arseni Yatseniuk, os dirigentes europeus Herman
van Rompuy e José Manuel Barroso e líderes dos 28 países da UE assinaram
os artigos principais do Acordo de Associação durante a cúpula da UE
que ocorre em Bruxelas.
O acordo prevê uma maior cooperação política e econômica entre o
bloco e a Ucrânia, embora as partes mais substanciais do tratado,
relativas ao livre comércio, só devam ser assinadas depois que a Ucrânia
realizar novas eleições presidenciais, em maio.
Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, disse que o acordo
deixará a Ucrânia e seus 46 milhões de habitantes mais próximos do
coração da Europa e de um "modo de vida europeu". "O acordo reconhece as
aspirações do povo da Ucrânia a viver em um país governado por valores,
pela democracia e pelo estado de direito, onde todos os cidadãos tenham
envolvimento na prosperidade nacional."
Dois conjuntos de documentos circularam pela mesa para que os líderes
da UE e Yatseniuk assinassem. Em clima solene, Van Rompuy e Yatseniuk
se cumprimentaram e trocaram os documentos, sob aplausos, segundo
testemunhas.
Em novembro, Yanukovich desistiu de assinar o acordo de associação
com a UE, preferindo em vez disso estreitar os vínculos com Moscou. A decisão desencadeou protestos violentos,
que se estenderam por vários meses e acabaram levando à deposição e
fuga de Yanukovich. Logo depois, forças russas ocuparam a Crimeia,
motivando protestos e sanções por parte da UE e dos EUA.
Além de estreitar os laços políticos, a Comissão Europeia decidiu
ampliar em quase 500 milhões de euros os benefícios econômicos para a
Ucrânia, removendo alíquotas alfandegárias sobre diversos produtos
agrícolas, têxteis e de outros tipos.
Depois da eleição presidencial ucraniana, a UE planeja implementar
uma área de livre comércio com a Ucrânia, dando ao país acesso ilimitado
aos 500 milhões de consumidores do mercado europeu. Embora isso possa
levar a uma recuperação da dilapidada economia ucraniana, também poderá
atrair retaliações da Rússia, que já impôs um maior rigor nos trâmites
alfandegários com a Ucrânia.
Outro ônus para Kiev na associação com a UE é a necessidade de
promover mudanças institucionais e adotar onerosas regras de comércio e
ambiente./ REUTERS
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