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sábado, 11 de janeiro de 2014

Vídeo impactante sobre educação no trânsito tem 2,9 milhões de acessos; assista

Vídeo impactante sobre educação no trânsito tem 2,9 milhões de acessos; assista



Produzido pela Agência de Trânsito da Nova Zelândia, o vídeo mostra, de uma maneira inovadora, a possível conversa entre dois motoristas que estão prestes a se envolver em um acidente de trânsito

09/01/2014 | TAIANA BUBNIAK





Reprodução/Youtube / No vídeo, o tempo para instantes antes do acidente acontecer.
No vídeo, o tempo para instantes antes do acidente acontecer.


NZ Transport Agency (Agência de Transportes da Nova Zelândia) publicou no último domingo (5), uma campanha educativa que incentiva os motoristas a dirigirem mais devagar. O vídeo, de um minuto, está disponível no Youtube. O trecho já alcançou 2,9 milhões de acessos e motivou mais de 3.600 comentários até o fechamento dessa reportagem.
O vídeo mostra, de uma maneira inovadora, a possível conversa entre dois motoristas que estão prestes a se envolver em um acidente de trânsito. Eles avaliam a situação e descobrem que será impossível diminuir as velocidades dos veículos a tempo de evitar o acidente.
A campanha foi nomeada Other People Make Mistakes (outras pessoas cometem erros, em tradução livre) e a motivação do governo da Nova Zelândia é fazer com que os motoristas vejam o trânsito como uma construção coletiva. “Você pode se considerar um bom piloto, mas não podemos negar que todos cometemos erros (...) Na estrada, o menor dos erros pode custar a nossa vida ou a de outra pessoa”, diz o texto de apresentação da campanha na página da Agência de Trânsito na internet.
“Os acidentes geralmente envolvem dois carros. Então você pode ser o melhor motorista, ser imune ao álcool, mas o outro motorista não vai ser. Esse tipo de campanha é importante para conscientizar as pessoas sobre o risco que é ser imprudente no trânsito”, aponta Ricardo Bertin, especialista em trânsito da PUC-PR.
Impacto
O professor da UFPR Eduardo Ratton, especialista em trânsito, comenta que o sucesso desse tipo de campanha é justamente o impacto. “É importante que as cenas sejam fortes e impactantes, para que os motoristas saiam da zona de conforto da imprudência. Se não tiver impacto, os motoristas não vão perceber, assim como as placas de trânsito, que muitos desrespeitam”, comenta.
Simples e forte, a campanha também tem como objetivo conscientizar os motoristas a usar uma velocidade segura. A explicação é que, muitas vezes, os motoristas estão em velocidades consideradas “confortáveis”, como 100 km/h. No entanto, nessa velocidade muitas vezes é impossível evitar acidentes fatais.
Assista ao vídeo legendado


Cenas reais surtem efeito

A propaganda da Nova Zelândia cria uma situação impossível: o tempo para antes de o acidente acontecer, mas isso não exime os personagens do final trágico e o acidente é inevitável.
Para o especialista em trânsito, Ricardo Bertin, a estratégia de usar cenas fortes e reais são um bom caminho para alertar os motoristas. “Muita gente critica, diz que são cenas violentas, mas é com o choque que as pessoas vão se conscientizar. Esse tipo de alerta educativo precisa ser impactante e tirar o motorista da zona de conforto”, explica.
De acordo com ele, é por isso que a Polícia Rodoviária Federal mantém carros envolvidos em acidentes nas proximidades dos postos policias nas rodovias. “É mais uma estratégia de conscientização, de trazer o acidente para perto da realidade do motorista, que sempre acha que vai acontecer com os outros e não com ele”, aponta.
Desde dezembro, uma campanha do Ministério das Cidades veiculada na televisão traz cenas reais de resgate de vítimas de acidentes de trânsito. Os vídeos foram feitos por voluntários que acompanharam a experiência dramática de equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Foi a primeira vez que imagens reais foram usadas em campanhas de trânsito no país.
Na Austrália e no Reino Unido já é de praxe há cerca de duas décadas usar cenas reais ou ultrarrealistas em campanhas de conscientização no trânsito. “Essas campanhas que fazem com que o motorista deixe de ser anestesiado pela sensação de conforto são as mais efetivas e para essas propagandas não vale usar eufemismos”, diz Bertin.
Ele alerta que as propagandas impactantes têm de estar aliadas a uma política permanente de educação para o trânsito, que envolve crianças e adultos que precisam fazer a reciclagem.

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