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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Sudão do Sul: ONU pede proteção a todas as comunidades em meio a conflitos

Sudão do Sul: ONU pede proteção a todas as comunidades em meio a conflitos


18 de dezembro de 2013
Civis se refugiam em complexo da UNMISS em Juba. Foto: UNMISS
Civis se refugiam em complexo da UNMISS em Juba. Foto: UNMISS
Em meio a relatos de conflitos contínuos no Sudão do Sul, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a todos os líderes do Exército de Liberação do Povo Sudanês (SPLA), cujos membros estão lutando uns contra os outros na capital, Juba, “para impôr disciplina a suas forças e exercitar a máxima contenção no uso da força”.
“É essencial que o governo garanta a segurança de todos os civis”, disse o porta-voz de Ban em uma declaração emitida na noite de segunda-feira (16), observando o risco de violência dirigida a certas comunidades.
Na terça-feira (17) de manhã, em um telefonema com o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, Ban pediu que ele se certifique de que todas as forças de segurança operem em plena conformidade com os direitos humanos internacionais.
De acordo com o porta-voz do chefe da ONU, este disse ao presidente que contava com ele para “exercer uma liderança real nesse momento crítico e para incutir disciplina nas fileiras do SPLA para encerrar este conflito entre eles”.
Ban também pediu a todo o governo que estenda uma oferta de diálogo a todos os seus oponentes e para que resolvam suas respectivas diferenças de forma pacífica, acrescentando que a ONU está pronta para ajudar o governo no gerenciamento dessa situação difícil.
A Missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) continua a fornecer proteção para número estimado de 10 mil pessoas em dois de seus complexos, de acordo com os últimos dados da capital.
A clínica no complexo de Tomping já passou de sua capacidade máxima com pelo menos 39 pessoas internadas para tratamento médico e três bebês nascidos durante a noite, de acordo com as últimas informações. Em um comunicado de imprensa, a Missão disse estar tomando todas as medidas possíveis para garantir a segurança dessas pessoas enquanto estivessem nas instalações da UNMISS.
A chefe da UNMISS e representante especial do secretário-geral, Hilde Johnson, alertou nessa terça-feira (17) contra o discurso de ódio em relação à violência entre comunidades, advertindo que é fundamental que ele não assuma dimensões étnicas.
“Em um momento em que a unidade entre os sul-sudaneses é mais necessária do que nunca, peço a todos os líderes deste novo país e todas as facções e partidos políticos, assim como os líderes comunitários para se absterem de qualquer ação que alimente as tensões étnicas e exacerbe a violência”, disse Johnson.
Segundo relatos da mídia, mais de 60 soldados foram mortos nos dois dias de conflitos em Juba, na sequência do que o governo diz ser uma tentativa de golpe de soldados leais ao presidente deposto no mês de julho, Riek Machar. Segundo a imprensa, há pelo menos 400 mortos e 800 feridos.
Também na terça-feira (17), o Conselho de Segurança das Nações Unidas instou todas as partes a cessarem imediatamente as hostilidades e a exercitar a moderação para evitar a propagação da violência que matou centenas de pessoas e deslocou milhares de civis nos últimos dias na nação mais jovem do mundo.
Em nota divulgada à imprensa na noite de quinta, o órgão de 15 membros expressou “séria preocupação” sobre a luta que começou em 15 de dezembro e continua na capital, Juba, e em outras áreas, supostamente, resultando em um grande número de vítimas, como bem como sobre o risco de violência dirigida contra certas comunidades.
“Os membros do Conselho de Segurança exortam todas as partes a cessar imediatamente as hostilidades, exercitar moderação e abster-se de violência e outras ações que possam agravar as tensões”, disse o comunicado, que se seguiu uma reunião a portas fechadas com o subsecretário-geral da ONU para Operações de Manutenção da Paz, Hervé Ladsous, sobre os últimos desenvolvimentos.
“Eles também destacaram a importância vital da proteção de todos os civis, independentemente de suas comunidades de origem, e pediram a todas as autoridades que respeitem o Estado de Direito e os direitos humanos.”

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