Falha geológica é causa de tremores de terra em Montes Claros
Publicação: 17/12/2012
Existe uma falha geológica em Montes Claros (Norte de Minas), que é apontada como a responsável pelos tremores de terra registrados na cidade. Ela tem cerca de 3 quilômetros de extensão e está situada a uma profundidade de um e meio a dois quilômetros. Por conta da “fenda” no subsolo, a terra deverá continuar a tremer. Mas, não há motivo de pânico para a população, pois, devem ocorrer abalos de pequena intensidade. Por outro lado, a estrutura das construções devem ser reforçadas.
As informações foram divulgadas, esta segunda-feira, pelos professores Marcelo Assumpção, do departamento de Geofísica da Universidade de São Paulo (USP); e George Sand de França, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), que apresentaram os resultados dos estudos sobre os fenômenos sísmicos ocorridos no município.
Solicitados pela Prefeitura local e pela Defesa Civil Estadual, os estudos da UNB e da USP foram iniciados em maio deste ano, diante da freqüência de tremores de terra em Montes Claros, sendo que o abalo de maior intensidade, de 4.5 graus na escala Richter, aconteceu em 19 de maio passado, quando foram atingidas 60 casas. Seis delas foram condenadas e duas foram interditadas, com as famílias desabrigadas.
Foram instaladas nove estações sismográficas em diferentes pontos de Montes Claros para o mapeamento dos tremores e identificação das suas possíveis causas. Desde maio, os aparelhos registraram a ocorrência de 174 “eventos” no municípios, dos quais a metade “fenômenos naturais” (tremores) e outra metade detonações realizadas por pedreiras, que, de acordo com os especialistas não têm grandes impactos, ao ponto de fazer a terra tremer. Como referência para a análise no levantamento foram considerados 33 “abalos naturais” e 27 detonações.
O professor Marcelo Assumpção disse que foi localizada uma “falha
geológica” no município, cuja extensão, de três quilômetros, vai da Vila
Atlântica até a Serra do Mel (também conhecida como Serra da
Sapucaia). Na mesma região, foram identificados os epicentros dos
tremores registrados no município. “Os tremores estão relacionados com a
fratura geológica, mas devem ser ressaltado que se trata de uma fratura
pequena, que também ocorrem em outras partes do Brasil”, observou o
geofísico da USP.
Assumpção salientou que os sismos devem continuar a ocorrer na região. Porém, isso não deve criar nenhum tipo de apreensão entre os moradores. “As chances de ter um terremoto de maior intensidade - de até 5.0 graus na Escala Richter - existem, mas são muito pequenas. Mesmo que venha acontecer um abalo com maior intensidiade, as construções bem feitas não serão afetada. Elas poderão ter trincas nas paredes, sem que isso implique em algum risco de desabamento”, assegurou o especialista.
A região mais atingida pelos abalos em Montes Claros é a Vila Atlântica, onde moram famílias de baixa renda. O professor Marcelo Assumpção disse que, mesmo com os estudos apontando a existência da falha geológica na região da Vila Atlântica, não será necessária a remoção de famílias da região. “Ninguém deve abandonar suas casas por causa da falha geológica. No entanto, é preciso reforçar a estrutura de suas casas. As pessoas devem tomar alguns cuidados. Por exemplo, devem verificar sempre se as telhas estão firmes, ao ponto de resistir pequenos tremores. Além disso, deve-se evitar colocar coisas pesadas em cima de armários, a fim de prevenir riscos de acidentes”, recomendou.
O professor George Sand de França, do Observatório Sismológico da UNB, disse que os moradores devem se acostumar com os abalos. “A primeira coisa que as pessoas devem ter é calma. Na hora do tremor, devem sair rápido de casa ou então se protegerem debaixo de uma mesa”, disse França.
Ele lembrou que os dados do Observatório da UnB mostram que Montes Claros tem registros de sismos desde 1978, com a freqüência dos tremores aumentando em determinada épocas e depois reduzindo. Os fenômenos se repetiram mais nos anos de 1996, 1999, 2000, 2008, 2010, 2011 e 2012. Porém, a maioria deles é intensidade muita pequena. Segundo o professor Marcelo Assumpção, de 1995 até hoje, foram registrados na cidade pouco mais de 20 tremores acima 2.0 na escala Richter.
Assumpção salientou que os sismos devem continuar a ocorrer na região. Porém, isso não deve criar nenhum tipo de apreensão entre os moradores. “As chances de ter um terremoto de maior intensidade - de até 5.0 graus na Escala Richter - existem, mas são muito pequenas. Mesmo que venha acontecer um abalo com maior intensidiade, as construções bem feitas não serão afetada. Elas poderão ter trincas nas paredes, sem que isso implique em algum risco de desabamento”, assegurou o especialista.
A região mais atingida pelos abalos em Montes Claros é a Vila Atlântica, onde moram famílias de baixa renda. O professor Marcelo Assumpção disse que, mesmo com os estudos apontando a existência da falha geológica na região da Vila Atlântica, não será necessária a remoção de famílias da região. “Ninguém deve abandonar suas casas por causa da falha geológica. No entanto, é preciso reforçar a estrutura de suas casas. As pessoas devem tomar alguns cuidados. Por exemplo, devem verificar sempre se as telhas estão firmes, ao ponto de resistir pequenos tremores. Além disso, deve-se evitar colocar coisas pesadas em cima de armários, a fim de prevenir riscos de acidentes”, recomendou.
O professor George Sand de França, do Observatório Sismológico da UNB, disse que os moradores devem se acostumar com os abalos. “A primeira coisa que as pessoas devem ter é calma. Na hora do tremor, devem sair rápido de casa ou então se protegerem debaixo de uma mesa”, disse França.
Ele lembrou que os dados do Observatório da UnB mostram que Montes Claros tem registros de sismos desde 1978, com a freqüência dos tremores aumentando em determinada épocas e depois reduzindo. Os fenômenos se repetiram mais nos anos de 1996, 1999, 2000, 2008, 2010, 2011 e 2012. Porém, a maioria deles é intensidade muita pequena. Segundo o professor Marcelo Assumpção, de 1995 até hoje, foram registrados na cidade pouco mais de 20 tremores acima 2.0 na escala Richter.
Tremores em Montes Claros devem continuar, mas serão menores de 5.0 na Escala Richter
Publicação: 19/04/2013
O abalo de 3,7 graus na Escala Richter, registrado em Montes Claros na manhã de quinta-feira, foi mais um evento da sequência de tremores que vêm ocorrendo na cidade nos últimos três anos. Após o mais forte deles – de 4,2 de magnitude , ocorrido em 19 de maio de 2012, no início de junho passado, foram instaladas na cidade nove estações sismográficas da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de São Paulo (USP), que passaram a monitorar os fenômenos, em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Em março último, foi divulgado relatório dos estudos, que confirmaram que a causa dos sismos é uma falha geológica de 3 quilômetros de extensão, situada a cerca 1,5 a 2 quilômetros de profundidade.
Conforme registros dos aparelhos da UnB e da USP, entre maio e dezembro de 2012, ocorreram 176 “eventos” no município, dos quais a metade “fenômenos naturais” (tremores) e outra metade detonações realizadas por pedreiras. O sismo da última quinta-feira não provocou danos, a não ser rachaduras em paredes de algumas casas. Mesmo assim, provocou muito susto na população. O Corpo de Bombeiros recebeu cerca de 200 ligações, quase todas de moradores que ficaram muitos assustados. As aulas em algumas escolas também foram prejudicadas. De acordo com a UNB, o abalo teve como epicentro a Vila Atlântida (próxima da falha geológica, apontada como causa dos fenômenos) e foi sentido em todas regiões da cidade e em municípios vizinhos. O fenômeno também teve grande repercussão nas redes sociais.
Um questão foi levantada pelos moradores: porquê os tremores se
intensificaram nos últimos anos? Como resposta, o chefe do Observatório
Sismológico da Universidade de Brasília, Lucas Vieira Barros, explica
que os abalos são cíclicos, ou seja: podem ocorrer em determinada região
por um determinado período e depois e são interrompidos. “Os sismos
podem ocorrer em uma região durante três, quatro, cinco anos ou mais”,
explica o especialista, lembrando que em Porto dos Gaúchos (Mato Grosso)
teve uma sequência de tremores durante cerca de 10 anos, entre os anos
1990 e 2000.
“Normalmente, há uma sismicidade que dura um certo período. Aí, começa novamente um lento e gradual acúmulo de energia no interior da terra, que pode demorar 10, 20, 50, 100 e até 1 mil anos para ser liberada novamente e provocar outros tremores”, afirmou Vieira Barros. O ambientalista José Ponciano Neto, de Montes Claros, disse acreditar que os tremores registrados na cidade estejam relacionados com intervenções no subsolo, como a abertura de poços tubulares e perfurações para pesquisas sobre ocorrência de gás natural. “Mas, não existe relação entre os fenômenos e as interferências do homem na natureza”, assegurou o chefe do Observatório da UnB.
Vieira Barros também afirmou em situações que são registrados pequenos tremores em sequência, podem ocorrer um abalo de maior intensidade. No entanto, pelas características do Brasil e da falha geológica de Montes Claros, praticamente está descartada a possibilidade de ocorrência de um tremor com intensidade acima de 5.0 graus na escala Richter, capaz de provocar grandes prejuízos.
O chefe do Observatório Sismológico da UnB ressaltou que o tremor registrado ontem em Montes Claros, devido ao horário em que aconteceu – “em que muita gente ainda estava acordando” – acabou assustando mais as pessoas, apesar de não provocar danos.
O coordenador municipal de Defesa Civil de Montes Claros, Mattson Malveira, informou que fez vistorias em casas em diversos bairros. Porém, a Defesa Civil só interditou um quarto de uma casa no bairro Bela Vista, próximo da Vila Atlântida. “Na verdade, a casa já tinha sido atingida por outros tremores anteriormente”, explicou Malveira.
O autônomo Renato Barbosa, de 30 anos, ficou muito assustado e chamou os bombeiros para fazer uma vistoria em sua casa, que apresentaram trincas em uma parede. Os bombeiros constaram que as trincas eram antigas. “Mas, com o tremor de hoje (ontem), houve um deslocamento no gesso do teto da minha casa. Realmente, o susto que tivemos foi muito grande”, contou Renato, no momento do abalo de ontem, assistia televisão.
O estudante Tiago da Silva, de 8 anos, é um dos 500 que estavam no local. "Meus colegas gritava, choravam e saíriam correndo. Senti muito medo, parecia que a escola ia cair", diz o menino.
No Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Nossa Senhora da Conceição, no bairro Santos Reis, muitas crianças não participaram das atividades, ontem de manhã, por causa do abalo sismo. “Estávamos fazendo a oração diária no momento do tremor. Uma telha caiu e quase atingiu uma criança”, relatou Fabrícia de Oliveira, professora da entidade, que atende 160 crianças. Segundo Fabrícia, assustados, muitos pais foram buscar os filhos logo após o abalo sísmico.
“Normalmente, há uma sismicidade que dura um certo período. Aí, começa novamente um lento e gradual acúmulo de energia no interior da terra, que pode demorar 10, 20, 50, 100 e até 1 mil anos para ser liberada novamente e provocar outros tremores”, afirmou Vieira Barros. O ambientalista José Ponciano Neto, de Montes Claros, disse acreditar que os tremores registrados na cidade estejam relacionados com intervenções no subsolo, como a abertura de poços tubulares e perfurações para pesquisas sobre ocorrência de gás natural. “Mas, não existe relação entre os fenômenos e as interferências do homem na natureza”, assegurou o chefe do Observatório da UnB.
Vieira Barros também afirmou em situações que são registrados pequenos tremores em sequência, podem ocorrer um abalo de maior intensidade. No entanto, pelas características do Brasil e da falha geológica de Montes Claros, praticamente está descartada a possibilidade de ocorrência de um tremor com intensidade acima de 5.0 graus na escala Richter, capaz de provocar grandes prejuízos.
O chefe do Observatório Sismológico da UnB ressaltou que o tremor registrado ontem em Montes Claros, devido ao horário em que aconteceu – “em que muita gente ainda estava acordando” – acabou assustando mais as pessoas, apesar de não provocar danos.
O coordenador municipal de Defesa Civil de Montes Claros, Mattson Malveira, informou que fez vistorias em casas em diversos bairros. Porém, a Defesa Civil só interditou um quarto de uma casa no bairro Bela Vista, próximo da Vila Atlântida. “Na verdade, a casa já tinha sido atingida por outros tremores anteriormente”, explicou Malveira.
O autônomo Renato Barbosa, de 30 anos, ficou muito assustado e chamou os bombeiros para fazer uma vistoria em sua casa, que apresentaram trincas em uma parede. Os bombeiros constaram que as trincas eram antigas. “Mas, com o tremor de hoje (ontem), houve um deslocamento no gesso do teto da minha casa. Realmente, o susto que tivemos foi muito grande”, contou Renato, no momento do abalo de ontem, assistia televisão.
O estudante Tiago da Silva, de 8 anos, é um dos 500 que estavam no local. "Meus colegas gritava, choravam e saíriam correndo. Senti muito medo, parecia que a escola ia cair", diz o menino.
No Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Nossa Senhora da Conceição, no bairro Santos Reis, muitas crianças não participaram das atividades, ontem de manhã, por causa do abalo sismo. “Estávamos fazendo a oração diária no momento do tremor. Uma telha caiu e quase atingiu uma criança”, relatou Fabrícia de Oliveira, professora da entidade, que atende 160 crianças. Segundo Fabrícia, assustados, muitos pais foram buscar os filhos logo após o abalo sísmico.
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