Malala dedica prêmio Sakharov a 'heróis sem nome do Paquistão'
Paquistanesa recebeu o prêmio para Liberdade de Pensamento no Parlamento Europeu
20 de novembro de 2013 - O Estado de S. Paulo
Malala dedica prêmio a paquistaneses Patrick Seeger/Efe
ESTRASBURGO, FRANÇA - A paquistanesa Malala Yousafzai,
baleada pelo taleban no ano passado por lutar pelos direitos de meninas à
educação no Paquistão, recebeu nesta quarta-feira, 20, o prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento no Parlamento Europeu.
"Algumas crianças não querem X-Box, iPhone e nem chocolate, querem um
livro e uma caneta para irem ao colégio", disse ao receber o prêmio.
Diante do olhar de seu pai, o professor Ziauddin Yousafzai, que a
encorajou a escrever o blog para denunciar os problemas das meninas no
Paquistão, Malala aproveitou a ocasião para reivindicar a atenção da
União Europeia às milhares de crianças que não têm acesso à educação.
Malala dedicou o prêmio, que leva o nome do dissidente e cientista
soviético Andrei Sakharov, "aos heróis sem nome do Paquistão e a todos
os que lutam pelos direitos e as liberdades".
A menina se mostrou segura e começou o discurso brincando sobre sua
estatura e a do palanque que subiu para se dirigir aos presentes no
plenário. "Coloquei saltos e espero que possam me ver bem."
Malala lamentou o fato das meninas de seu país "sofrerem
frequentemente assédio sexual e não poderem sair da frente do perímetro
de sua casa". "É preciso mudar de mentalidade. Um país não é mais forte
pelo número de soldados que tem, mas por seu índice de alfabetização."
A menina passou a estudar em Londres após receber tratamento médico
após o atentado do Taleban e citou o filósofo Voltaire em seu discurso.
"Não estou de acordo com o que dizem, mas defenderei até a morte vosso
direito de dizer."
O presidente do PE, Martin Schulz, que entregou o prêmio, destacou
que Malala mesmo sendo uma adolescente "já é um ícone global na luta
pela educação das meninas". Schulz também citou uma passagem do livro de
memórias "Eu Sou Malala", no qual a jovem afirma: "Não quero ser
conhecida como a menina que sobreviveu a um ataque taleban, mas a menina
que luta pela educação. Quero dedicar minha vida a esta causa."/ EFE
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