Mais da metade da população na Síria vive em situação de pobreza, alertam agências da ONU
30 de outubro de 2013
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) publicou nesta quarta-feira (30) um relatório socioeconômico sobre a crise na Síria alertando que, caso seja mantido o atual ritmo de crescimento do número de refugiados procedentes da Síria, eles podem se tornar a maior população de refugiados de todo o mundo até o final deste ano.
O documento, que analisa os danos socioeconômicos sofridos por cidadãos da Síria por conta do conflito, foi realizado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Centro Sírio de Pesquisa Política (SCPR, na sigla em inglês), além de ter contado com o apoio da União Europeia.
O relatório “Guerra ao Desenvolvimento” examinou indicadores sociais e econômicos de abril a junho de 2013. O documento descreve o “impacto catastrófico” do conflito armado atual, que já dura 2 anos, nas vidas da população da Síria.
Cerca de um terço da população do país abandonou as suas casas e agora mais da metade vive em situação de pobreza. Entre os refugiados da Palestina, mais de metade dos 500 mil refugiados registrados na Síria foram deslocados dentro do país ou para países vizinhos.
O impacto econômico do conflito agravou o sofrimento da população. Quase metade dos trabalhadores está desempregada, com mais de 2,3 milhões de empregos perdidos. A Síria está cada vez menos industrializada: a agricultura é responsável por 54% do PIB e a economia perdeu, desde março de 2011, cerca de 103 bilhões de dólares.
O conflito continua a impedir o desenvolvimento humano na Síria. Jovens são uma parte da população particularmente vulnerável – metade das crianças em idade escolar não vão mais às aulas e muitas escolas estão fechadas devido à violência, à instabilidade ou a severos danos nas instalações.
O documento alerta também que o sistema de saúde está próximo de entrar em colapso: 40% dos hospitais públicos não estão funcionando e 63% foram danificados, enquanto mais de metade dos 23 centros de saúde da UNRWA foram fechados.
A proporção entre o número de médicos e de paciente cai seis vezes, enquanto 2% da população foi morta, mutilada ou ferida no conflito.
Segundo dados consolidados da ONU, mais de 100 mil pessoas já foram mortas em decorrência do conflito, com quase 7 milhões de pessoas afetadas pela guerra na Síria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário