Páginas

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

As perigosas rotas de migração para entrada na Europa

As perigosas rotas de migração para entrada na Europa


Atualizado em  28 de outubro, 2013
Rotas de imigração para a Europa

Anualmente milhares de pessoas – muitas delas fugindo de conflitos na África e no Oriente Médio – arriscam suas vidas cruzando o Deserto do Saara e o Mar Mediterrâneo em veículos e barcos precários para chegar à Europa.
Organizações não-governamentais estimam que aproximadamente 20 mil pessoas podem ter morrido tentando chegar à Europa nas últimas duas décadas.
Para ter um diagnóstico mais preciso do problema, a Frontex (agência europeia de fronteiras) e o Centro Internacional para Desenvolvimento de Políticas Migratórias produziram uma série de mapas que identificam as maiores rotas centros de concentração usados pelos migrantes na região.
O caso mais recente de tragédia envolvendo imigrantes veio a público nesta segunda-feira. Cerca de 35 imigrantes teriam morrido de sede ao tentar cruzar o Deserto do Saara, do Niger em direção ao norte da África.
Segundo autoridades do país, eles tentavam chegar a um porto no Mediterrâneo para tentar a travessia por mar em direção à Europa.
As vítimas estavam em um comboio que tentou cruzar o deserto com 60 pessoas há duas semanas. Um dos dois caminhões usados no transporte quebrou. Os sobreviventes só conseguiram sair do deserto nesta segunda-feira.

Assunto antigo

Navio da guarda costeira italiana chega a porto após resgatar 100 imigrantes (foto: Getty)
Itália substitui Espanha como principal destino de imigrantes vindos da África
A maior parte dos migrantes que cruzam o Mediterrâneo a partir da Líbia e da Tunísia são originários da Eritrea e da Somália. Contudo, a guerra civil na Síria está elevando o número de sírios que também usam essa rota.
Em 11 de outubro, mais de 30 pessoas morreram quando uma embarcação com 250 imigrantes afundou na costa de Malta.
Na ocasião, o premiê de Malta alertou que o Mediterrâneo corria o risco de se tornar um "cemitério de imigrantes desesperados". A ONU diz que cerca de 32 mil pessoas chegaram em Malta e na Itália só neste ano.
Há duas semanas, mais de 200 imigrantes também chegaram na Sicília após serem resgatados pela guarda costeira italiana e um navio mercante perto da Ilha italiana de Lampedusa.
No entanto, Adrian Edwards, da Acnur, a agência da ONU para refugiados, lembra que o “fenômeno das pessoas que viajam em pequenos barcos no Mediterrâneo para a Europa é antigo e envolve questões como asilo e migração".
"As vítimas do último barco que naufragou perto de Lampedusa era composto por uma maioria de eritreus, muitos dos quais precisam de proteção internacional", disse ele.

Líbia

A Líbia se tornou um ponto de partida importante para muitas viagens. Traficantes de pessoas exploram o crescente vácuo de autoridade no país para operar.
A relativamente pequena distância entre a Líbia e a ilha italiana de Lampedusa encoraja mais pessoas a se arriscarem na jornada.
O número de usuários das várias rotas ao longo do Mediterrâneo tem fluxo e refluxo.
De 2008 a 2012, um grande número de migrantes cruzou o mar entre a Turquia e a Grécia pela chamada Rota do Mediterrâneo do Leste, segundo a Frontex. Para fazer frente a isso, a Grécia reforçou seus controles de fronteira com mais 1,8 mil policiais.
Mas a Frontex diz que a área continua problemática e aponta para "incertezas relacionadas à insustentabilidade dos esforços (gregos) e evidências de que os imigrantes aguardam na Turquia pelo fim da operação".
Na última década, a rota que passa pelo centro do Mediterrâneo tem experimentado picos periódicos no tráfego de imigrantes.
Dados da Acnur sugerem que cerca de 25 mil pessoas chegaram na Itália a partir do norte da África em 2005. Esse número diminuiu para cerca de 9,5 mil em 2009.

Porém em 2011 esse número voltou a crescer atingindo a marca de 61 imigrantes. A alta foi motivada pelo conflito da Líbia, que culminou com a queda do coronel Muammar Khadafi.
Variações no uso das rotas pelo mediterrâneo
No começo da década, a rota mais popular entre imigrantes ilegais era entre o oeste africano e a Espanha. Ela incluía territórios espanhóis no norte da África como Ceuta e Melilla e as Ilhas Canárias.
Aproximadamente 32 mil imigrantes teriam usado esse caminho em 2006, porém o número caiu para cerca de 5,4mil em 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário