SÍRIA COMEMORA "RECUO HISTÓRICO" DOS EUA
"Obama anunciou ontem, diretamente ou através de implicação, o início de um recuo histórico norte-americano", afirmou o jornal oficial da Síria al-Thawra em um editorial de primeira página, depois que o governo americano decidiu consultar o Congresso; Assad prometeu também resistir a agressões
BEIRUTE/PARIS, 1 Set (Reuters) - A Síria saudou o "recuo histórico norte-americano", neste domingo, depois que o presidente Barack Obama atrasou um ataque militar iminente, decidindo consultar o Congresso.
Como Obama recuou no último minuto, a França afirmou que não poderia agir sozinha para punir o presidente Bashar al-Assad por um ataque com armas químicas, tornando-se o último país ocidental aliado a repensar o bombardeio à Síria.
"Obama anunciou ontem, diretamente ou através de implicação, o início de um recuo histórico norte-americano", afirmou o jornal oficial da Síria al-Thawra em um editorial de primeira página.
O presidente dos Estados Unidos disse no sábado que iria buscar o consentimento do Congresso antes de tomar uma ação militar contra Damasco --motivada pelo ataque de 21 de agosto, em que as forças de Assad são acusadas--, uma decisão que deve atrasar qualquer ataque em ao menos nove dias.
O vice-ministro de Relações Exteriores sírio, Faisal Mekdad, condenou qualquer movimento ocidental armado contra seu governo. "A decisão de entrar em guerra com a Síria é uma decisão criminosa e uma decisão incorreta. Estamos confiantes que seremos vitoriosos", disse ele a repórteres diante de um hotel em Damasco.
No entanto, a coalizão de oposição da Síria pediu neste domingo ao Congresso dos Estados Unidos que autorize uma ação militar e disse que qualquer intervenção deve ser acompanhada de mais armas para os rebeldes.
Obama fez o anúncio-surpresa em um jogo que vai testar sua habilidade de projetar a força americana no exterior e de exercer seu poder em casa.
Antes de se colocar o pé no freio, o caminho tinha sido liberado para um ataque dos Estados Unidos. Navios da Marinha estão na região aguardando ordens para lançar mísseis, e os inspetores da ONU deixaram a Síria depois de reunir provas de um ataque com armas químicas que as autoridades norte-americanas afirmam ter matado 1.429 pessoas em áreas controladas pelos rebeldes.
(Por Yara Bayoumy e Dominique Vidalon)
Leia, ainda, reportagem em que Bashar al-Assad promete resistir a agressões:
Assad diz que Síria é capaz de enfrentar qualquer agressão, segundo TV estatal
BEIRUTE, 1 Set (Reuters) - O presidente Bashar al-Assad afirmou neste domingo que a Síria é capaz de enfrentar qualquer ataque externo, depois que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que deveria haver um ataque militar contra o país.
"A Síria... é capaz de enfrentar qualquer agressão externa", de acordo com a televisão estatal do país, que citou a afirmação de Assad feita em uma reunião com autoridades iranianas.
"As ameaças norte-americanas de lançar um ataque contra a Síria não vão afastar a Síria de seus princípios... ou de sua luta contra o terrorismo apoiado por alguns países da região e ocidentais, principalmente, os Estados Unidos da América."
A Síria geralmente se refere aos rebeldes que lutam para derrubar Assad como "terroristas".
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