Fim de apoio internacional a opositores é necessário para a paz, diz Assad
Em entrevista à Telesur, presidente sírio se mostra cético sobre Genebra 2 e não descarta intervenção estadunidense
26/09/2013
do Opera Mundi
O
presidente da Síria, Bashar al Assad, disse na noite dessa quarta-feira
(25) que uma saída para a crise de seu país passa antes pelo fim do
apoio aos grupos armados opositores por outros países. O chefe de Estado
também se mostrou cético sobre o resultado da reunião de cúpula
internacional na Suíça, chamada de “Genebra 2”, com o objetivo de
alcançar um acordo de paz para acabar com a guerra civil no país.
Em entrevista à multiestatal latino-americana Telesur,
ele também não descartou a hipótese de os Estados Unidos empreenderem
uma ação militar contra seu país no futuro, mesmo que por outra razão
que não seja uma represália pelo ataque de armas químicas ocorrido em
agosto, nos arredores de Damasco, que matou cerca de 1.400 pessoas – os
EUA acusam o governo sírio, que nega a acusação e culpa a oposição.
Segundo o presidente, a "história prova" que os EUA sempre "criarão um
pretexto" para a guerra se esta tiver como objetivo atender os
interesses estadunidenses em determinada região, citando como exemplo a
América Latina durante o período da Guerra Fria.
Segundo
o presidente, para que a paz seja alcançada, é “inevitável” um diálogo
entre "todas as partes sírias" em conflito. "Para uma ação política é
necessário primeiro o fim do terrorismo e do fluxo de terroristas dos
países vizinhos, assim como o fim do apoio a esses terroristas, seja
logístico ou com dinheiro e armas", disse.
Sobre a
cúpula de Genebra 2, Assad a considera um “passo necessário”, mas
também fez ressalvas. “A convenção de Genebra é um passo necessário e
importante para a abertura de um caminho para o diálogo entre os
diversos grupos sírios, mas não substitui o diálogo interno na Síria e
também não substitui a opinião do povo sírio”, assinalou.
Além disso, sustentou que "não se chegará a um resultado prático se não for interrompido o apoio ao terrorismo".
O
presidente voltou a negar que seu governo tenha usado armas químicas e
acusou os rebeldes que querem derrubá-lo. “Todas as provas indicam que
foram os terroristas que usaram as armas químicas na periferia de
Damasco”, disse, após afirmar que “todos os indícios” mostram que seu
governo “não as utilizou” e que aqueles que têm “interesse” em fazê-lo
“são os terroristas”.
Uma missão das Nações
Unidas começou na quarta-feira (25) uma nova inspeção na Síria para
completar sua investigação sobre o uso de armas químicas durante o
conflito no país, quase um mês depois de sua visita anterior.
Durante
a visita de agosto, os inspetores encontraram "provas claras e
convincentes" do uso de gás sarin no ataque do dia 21 desse mês no
distrito de Guta, na periferia de Damasco.
Após o
acordo em Genebra entre EUA e Rússia para destruir o arsenal químico
sírio, os EUA querem agora uma resolução que invoque o Capítulo 7 da
Carta da ONU, que abriria a porta para sanções e, inclusive, o uso da
força, caso o regime sírio não cumpra com os termos do pacto.
Foto: Reprodução
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