Uma análise do "Datafalha"
Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:
domingo, 30 de junho de 2013
Diante do Datafalha – “Datafalha, Dilma não caiu” -, o ansioso blog procurou reunir alguns pedaços de analise, consultou o Tirésias, o Oráculo de Delfos, o Vasco e outros confiáveis intérpretes, e se permitiu algumas observações:
Era impossível que, depois do “terremoto neopolítico”, engendrado na “doença infantil do transportismo” não ocorresse uma queda na avaliação da presidenta e de todos políticos, sem exceção.
Porém, Dilma reúne condições para se recuperar por causa dos seus atributos pessoais, do seu governo – o Lulilma – e do campo político do qual faz parte, onde desponta Lula.
Alguns aspectos:
Técnicos
1. Mesmo com a grande queda, o índice ainda é positivo :
a) o número maior é de regular (43%)
b) o segundo é de ótimo e bom (30%)
c) o terceiro ruim e péssimo (25%)
2. Foi mantida a tendência de o aumento do regular ser maior que o do ruim e péssimo;
3. A avaliação por nota continua boa : agora é 5,8 quando antes era de 7,1 (queda de apenas 1,3);
4. Curiosamente, a Folha mais uma vez omite a aprovação pessoal da presidenta (que deve estar
acima de 50% – como, normalmente, existe uma proporcionalidade entre a nota e a aprovação, este índice pode estar girando entre 55% a 58% ;
5. Mesmo com toda a queda, este momento de inflexão de Dilma é maior do que o ponto mais baixo de Lula (28%) e de FHC (13%);
6. E O MELHOR, DO PONTO DE VISTA POLÍTICO : 68% APROVAM A IDÉIA DO PLEBISCITO E 73% ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE .
Políticos
a) seguramente não foi apenas a imagem de Dilma que despencou. Sem dúvida, a de todos os políticos, em especial a dos principais chefes de executivos: Alckmin, Cabral, Tarso, Anastasia, Eduardo Campriles, Aécio (por tabela), Paes, Haddad. Os prefeitos das grandes capitais também devem ter despencado ;
b) a massa numérica é maior na presidenta por alguns motivos: quem está mais em cima, cai mais forte;
c) em momento de crise aguda, a pessoa que ocupa o poder central vira o maior alvo, momentâneo, de insatisfações pois além de ser a “grande autoridade” recebe o “lixo” dos problemas localizados de cada Estado;
d) trata-se de um impacto político-emocional, que pode ser passageiro, pois as condições objetivas da vida das pessoas (salário, emprego, consumo) não mudaram tão abruptamente nas últimas três semanas;
e) o dado mais preocupante é que a crise atingiu seu Governo em um momento já de queda gradativa, por causa da economia);
f) como não há nenhum líder de oposição ou partido capaz de encarnar a revolta popular, a possibilidade de recomposição da presidenta é mais fácil.
A única exceção é, talvez, Joaquim Barbosa, que pode reencenar o Fernando Ferrari contemporâneo: o “mãos limpas”; Mas, como se sabe, Ferrari perdeu para o Jango. E se Barbosa tem “mãos limpas” há de ter alguns defeitos para ser um candidato presidencial palatável. A sua própria isenção ficará comprometida se, em sua presidência, não legitimar a Satiagraha. Cadeia para todos os partidos, ou o PSDB tem privilegio de fôro? E seu ponto mais forte é o fato de a Globo – que sonega impostos – o eleger como “o que mais faz a diferença”. No Brasil, isso vale mais do que toda a bancada do PMDB na Câmara e a do PT no Senado …
g) duro, mesmo, vai ser aguentar os mervalicos pigais (*) , as cantanhedes, os prousts de Brasília…
h) Agora, com zé cardozo, Helena Chagas, Bernardão, Gleisi … aí já não é limonada – é óleo de rícino!
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