Bom desempenho econômico motiva brasileiros
a emigrar menos, diz OCDE
Atualizado em 13 de junho, 2013
O número de brasileiros que emigram para países da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) voltou a
cair em 2011 em consequência do bom desempenho econômico do país nos
últimos anos e da falta de oportunidades de emprego na União Europeia
(UE).
Essa é uma das conclusões do relatório anual da
OCDE sobre as Perspectivas das Migrações Internacionais, divulgado nesta
quinta-feira, em Bruxelas, que indica, por outro lado, o primeiro
aumento no fluxo global de imigrantes depois de três anos de queda.
No caso dos brasileiros, o número de emigrantes para o Japão caiu
para 4,5 mil em 2011, depois de uma leve recuperação em 2010, ano em que
se registraram 4,7 mil entradas comparado com 3 mil em 2009, no auge da
crise.
No entanto, a falta de oportunidades de trabalho
nesse período levou muitos brasileiros que já estavam instalados no
Japão a voltar para o Brasil, resultando em uma redução de 14% na
população brasileira no país asiático em 2010 e outra de 9% em 2011.
Espanha e Itália, dois dos destinos preferidos
dos brasileiros, registraram o terceiro ano consecutivo de diminuição
nas entradas, consequência direta do agravamento da crise econômica e do
aumento do desemprego.
Os brasileiros que chegaram ao território
espanhol somaram 9,8 mil em 2011, comparado com 11,9 em 2010 e 14,4 mil
em 2009, enquanto em território italiano somaram 7,1 mil em 2011, depois
de 8,4 mil e 9,4 mil nos dois anos anteriores.
"Essa tendência pode mudar rapidamente se a
situação econômica desses países melhorar", disse à BBC Brasil a
analista da OCDE, Theodora Xenogiani.
"Os fluxos de imigração variam claramente em
função das oportunidades econômicas e de trabalho. A economia brasileira
tem experimentado vários anos de crescimento, enquanto em muitos países
europeus o desemprego não para de aumentar, explicou.
Por outro lado, o fluxo de brasileiros para
Portugal cresceu de 3,4 mil em 2010 para 6,3 mil em 2011, apesar da
grave crise que enfrenta o país europeu.
Tendência global
De maneira geral, a imigração permanente aos
países da OCDE aumentou 2% em 2011, depois de uma queda de 3% no ano
passado e de 7% em 2009.
A inversão da tendência se deve principalmente
ao aumento de 15% na imigração interna na UE, depois de uma queda de 40%
entre 2007 e 2010.
Estimulados pelas autoridades europeias,
trabalhadores dos países mais afetados pela crise, que enfrentam também
os maiores índices de desemprego, decidiram buscar oportunidades em
países vizinhos.
A Grécia, onde 27% da população estava
desempregada em fevereiro passado, registrou em 2011 a saída de 39 mil
imigrantes, um aumento de 160% frente a 2009, o mais expressivo entre
todos os países da OCDE.
Na Espanha, 51 mil pessoas emigraram em 2011, 31% mais que em 2009, número que em Portugal chegou a 50 mil, um aumento de 16%.
A OCDE destaca também o aumento nos números de
imigrantes da Romênia (+14%) e da Polônia (+24,5%), segundo e terceiro
principais países de origem em 2011, só atrás da China.
Áustria e Alemanha, os dois países com os
menores níveis de desemprego na UE, registraram os maiores aumentos no
número de imigrantes acolhidos esse ano: 27% e 31%, respectivamente.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130613_imigrantes_brasileiros_oecd_jp_mb.shtml?ocid=socialflow_twitter_brasil
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