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segunda-feira, 13 de maio de 2013

(Inserido na lista dos livros preparatórios para os vestibulares)

O choque das civilizações. Samuel Huntington

Samuel Phillips Huntington (1927-2008) era um economista estadunidense, muito influente e conservador que se ficou conhecido por sua “teoria do choque de civilizações”, ele também estudava outros temas como golpes de Estado e as ações dos militares e do poder civil.
Adepto do historiador e filósofo polonês Feliks Koneczny, acreditava que os principais atores políticos do século XXI seriam civilizações e não os estados nacionais. Também afirmava que os principais conflitos após a guerra fria, não seriam de fundo ideológico, mas, de fundo religioso. 
Autor de mais de 15 livros e diversos artigos acadêmicos, recentemente analisava outra causa, a ameaças que a imigração representa para os EUA.
Segundo ele a política mundial entrou em uma nova fase, onde as fontes principais de conflito serão essencialmente ideológica ou essencialmente econômicas. O choque das civilizações dominara a política global e isto causara às batalhas do futuro.
O conflito entre civilizações caracteriza uma evolução do mundo moderno. Antes os conflitos se davam entre governantes, nesse processo surgiram às nações-estados e as linhas de conflito situaram-se entre nações. Com a Guerra Fria esses conflitos passam ser ideológicos. 
A partir deste ponto o mundo passa a se dividir em função de sua cultura e civilização. Civilização é o mais amplo agrupamento de pessoas num abrangente nível de identidade cultural, que se define por objetivos comuns como língua, religião, costumes, etc. e auto-identificação subjetiva dos povos. Essas civilizações são dinâmicas tendo apogeu e declínio, uniões e divisões podendo com o tempo desaparecer.
O choque entre as civilizações se dará primeiramente por diferenças como a história, cultura, língua, tradições e principalmente pela religião. Essas concepções diversas entre as civilizações geraram ao longo do tempo conflitos. A interação entre diferentes civilizações gera hostilidade entre alguns povos e receptividade a imigração de outros. Alguns povos reagem negativamente a investimentos de determinados países reforçando as diferenças e animosidades surgidas há muito tempo.
Os processos de modernização econômica e mudanças sociais separam as pessoas da identidade local. A religião preenche esse vazio, fornecendo identidade além das fronteiras nacionais e unindo as civilizações. O crescimento da consciência civilizacional é acentuado pelo Ocidente que esta no auge de seu poder que se confronta com não ocidentais que tem desejos, determinações e recursos para moldar o mundo de forma não ocidental.
As diferenças de natureza cultural são mais difíceis de mudar, conciliar e resolver do que as de natureza política e econômica. A religião é um exemplo dessa dificuldade.A importância de blocos econômicos regionais deve continuar crescendo, a cultura comum facilita a expansão das relações econômicas. O choque entre as civilizações se dará em nível micro, ao longo das linhas de cisões que lutam pelo território e em nível macro, onde Estados diferentes competem por poder militar, controle de instituições internacionais e competitividade política e religiosa.
Linhas de cisão estão substituindo as fronteiras políticas. Em guerras com povos de civilizações distintas elas tendem a buscar apoio de outros membros de sua civilização. Conflitos também podem ocorrer entre Estados e grupos de uma mesma civilização, só que em intensidade menor. Políticos populistas e membros religiosos se tornam um importante instrumento para pressionar os governos por possuírem o apoio das massas.
O ocidente desfruta de poder com relação às outras civilizações, por terem supremacia militar incontestável. Os Estados Unidos possuem poder de decisões em questões econômicas políticas e de segurança global, através de instituições internacionais como a ONU e o FMI, dirige o mundo de modo a preservar o domínio ocidental. Isso pode desencadear conflitos entre o “ocidente e resto do mundo”.
À medida que as pessoas se diferenciam pela civilização, os países com grandes números de povos, tendem a se desintegrar. Para redefinir sua identidade um país dividido, precisa ter sua elite política e econômica favorável à condição, sua opinião publica tende estar de acordo e a civilização a que venha fazer parte devem estar dispostos a aceitar a conversão. Com estas diferenças estão surgindo os “Estados Armados”, o ocidente esta voltando à atenção para nações hostis ou potencialmente hostis.
O autor fala que as diferenças entre civilizações são reais e importantes, pois a partir delas surgirão os conflitos. O ocidente terá que se adaptarem as civilizações modernas não ocidentais compreendendo seus pressupostos filosóficos e religiosos. As civilizações terão que aprender a coexistir com as outras.
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HUNTINGTON, Samuel P. O choque de civilizações: e a recomposição da ordem mundial. tradução de M. H. C. Côrtes. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997. 

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