O GOLPE QUE SE AVIZINHA
Se passaram praticamente 52 anos, estamos em 2016 a história está aí para nos ensinar diariamente, mas decididamente muitos não querem esse ensinamento, descartam isso por não se importarem com as consequências ou porque são eles herdeiros dos golpistas de ontem.
O Brasil é um país surreal, com uma elite que não deixou a “casa grande” e é capaz do possível e até do impossível para a manutenção de seus privilégios, herdeiros direto da família real portuguesa, que para nossa infelicidade para cá veio e deixou marcas difíceis de apagar, porém agora os tempos são outros, agora fazem uso das vias institucionais, querem aprovar o impeachment, que é um mecanismo previsto em instituições democráticas, porém o que está em jogo são outras questões: a oposição perdeu as eleições presidenciais de 2014 e desde então instaurou o caos no país, instigando a luta de classes e até a xenofobia, quase que dividindo o país durante o período eleitoral e deu continuidade a essas ações posteriormente; pediram recontagem de votos e desde então pedem o impeachment, porém não existe até o momento nenhum crime que pese contra a presidente; se aproveitaram de uma crise econômica mundial e também de falhas na política econômica do governo; acirraram o preconceito contra a presidente, por ser mulher e também por ter sido guerrilheira durante os terríveis anos de chumbo.
Quem preside a Câmara dos Deputados, onde tramita o processo, responde por vários processos de corrupção ativa e lavagem de dinheiro entre outros, inclusive o STF já o classifica como réu em alguns desses processos, vários outros deputados e senadores já apareceram em delações e até mesmo em ações da operação lava jato e agora se juntam no coro pelo impeachment com o objetivo de derrubar o governo e consequentemente, com o novo governo peemedebista, frear a lava jato, junto a polícia federal e consequentemente parar as investigações e o juiz Sérgio Moro será orientado a fazer o mesmo, estes provavelmente, só se concentrará na destruição de políticos petistas, supondo que Sérgio Moro já não esteja a serviço da oposição, não interessa a eles o melhor para o país e sim os seus próprios interesses, eles representam a elite branca; o PSDB está há quatro mandatos fora do poder tem receio de ficarem mais oito anos, em uma eventual candidatura de Lula para as eleições de 2018, buscam eliminar o PT e Lula, para quem sabe assim ganharam por W.O. por estes e outros motivos se trata de um golpe e não de uma ação desencadeada para a preservação da democracia.
Os golpistas de 1964 não identificaram crimes cometido por Jango, este anunciou implementação de medidas populares que atenderiam os anseios das classes menos favorecidas, mesmo assim sofreu um golpe, que teve apoio das elites, de muitos empresários e políticos, infelizmente visualizo a sua reedição, o golpe deve ser branco, dando a falsa impressão, para os mais desavisados, que trata-se de uma ação justa e correta. Como em muitas outras passagens de nossa história a elite costura uma trama complexa e ampla que ilude a todos...
Somente a incansável luta dos movimentos populares e uma estreita e ampla frente popular pode frear o golpe que vislumbramos, bradando nas ações: "#nãovaitergolpe"; mas se ainda assim o golpe ocorrer não devemos sair das ruas, a mudança de lado não resolverá conflitos, a crise é muito mais política do que econômica, necessitando de mudança estruturais.
Prof. Marcos Geo