Dicas para pedalar no frio
Por Pedalamaringa - 28/01/2014
Ainda bem que no Brasil não chegamos a estes extremos
Foto: Divulgação
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Pedalar no frio é muito legal e pode gerar momentos épicos e
memoráveis, desde que estejamos bem equipados! Para um passeio
confortável de bicicleta, sem a necessidade de cuidados especiais,
consideramos a temperatura ambiente acima de 20 graus. Abaixo dela, e em
algumas condições específicas, conforme vamos verificar ao longo deste
post, nosso “pedal” precisa de alguns cuidados que vão de um simples
colete do tipo “corta-vento” até roupas mais específicas e “pesadas”.
Lógico que a sensação térmica é muito subjetiva e pessoal e é comum
encontrarmos ciclistas “só de camiseta” com 10 graus de temperatura, bem
como outros “super agasalhados” com 18 graus de temperatura. A regra
geral deve ser sempre o conforto e o bom senso!
Uma vantagem do inverno são as temperaturas mais amenas durante o
dia, menos umidade e a ausência daquele “sol escaldante” para o pedal!
Mas como desvantagens temos a falta de chuvas que, aliada ao chamado
“efeito estufa” e condições de poluição atmosférica dos grandes centros
urbanos, faz com que a qualidade do ar piore consideravelmente, muitas
vezes até não sendo indicado exercícios ao ar livre. E nestas condições
podemos sempre realizar o “ciclismo indoor”. O importante é não parar de
pedalar!
Atualmente, temos uma grande variedade de equipamentos e
acessórios que tornam o ato de pedalar em baixas temperaturas tão bom
quanto no calor. São os chamados “equipamentos e roupas técnicas”. Mas
tome cuidado: por serem equipamentos específicos, muitas vezes os preços
atingem as alturas!
Pela nossa experiência, é possível se equipar adequadamente com um
investimento bem razoável. E é lógico que não estamos falando de como os
ciclistas “das antigas” faziam: colocar jornal por baixo da roupa!
Acredite: isto funciona e já me livrou de muitas “roubadas”!
Um erro muito comum é o uso do famoso moletom com camisa de algodão.
Eles acumulam muita umidade produzida pela corpo e demoram a secar, o
que pode causar assaduras, micoses e resfriado, devido ao contato
constante com a roupa molhada de suor. Além disso, o moletom é
geralmente muito folgado no corpo e pode enroscar em galhos, postes ou
até na própria bicicleta, gerando até acidentes.
Roupas para o frio
Nas baixas temperaturas, o mais importante é se vestir “em camadas”,
como uma cebola. Quando inicamos a pedalada estamos “frios” e sentimos
mais a necessidade de estarmos agasalhados. À medida em que vamos nos
aquecendo, começamos até a sentir calor, e as camadas de roupas podem
ser removidas aos poucos. Portanto, não adianta usar somente
uma camiseta e um casaco pesado.
O ideal, então, é usar como “primeira pele” uma camiseta ou camisa do
tipo “dry fit”, que absorve e expele o suor, um agasalho leve para
aquecer, que pode ser do tipo “polartec” ou “fleece”, uma espécie de
“moleton” moderno, que também atua como um “dry fit”. Neste tipo de
agasalho, encontramos várias espessuras, que podem “segurar” tanto uma
temperatura amena de uma manhã de outono, até quase um “frio polar”.
Opte sempre pelo meio-termo. Por fim, um colete ou jaqueta do tipo
“corta-vento”, de preferência impermeável. O importante é sempre manter a
área do peito aquecida e protegida, para evitar problemas
respiratórios.
Dependendo da temperatura, podemos utilizar gorros, toucas térmicas e
até balaclavas. É muito importante proteger a região da cabeça, uma vez
que ela é a grande responsável pela perda de energia térmica. Temos à
disposição até “protetores de orelha”, geralmente feitos com o mesmo
material do agasalho polartec acima.
Ciclistas preparados para o frio e chuva
Além dessas dicas, ainda há os chamados “tecidos inteligentes”. Os
mais comuns nas lojas são os do tipo “termodry”, “coolmax”, “goretex” e
“dryfit”. Converse sempre sobre as suas necessidades com o vendedor e
procure comprar em lojas especializadas, que não necessariamente
precisam ser de ciclismo, mas podem ser de “esportes outdoor”. Nestas
lojas encontramos mais variedades de equipamentos, pois a necessidade
dos alpinistas, caminhantes e demais praticantes de esportes outdoor no
frio são muito parecidas com a do ciclista!
Além de tudo isto, ainda temos os tradicionais “manguitos” e
“pernitos”, que são peças exclusivas para serem vestidas nas pernas e
braços, como se fossem “grandes meias”. A vantagem deste equipamento é
que ele é fácil de tirar e guardar. É muito comum vermos os ciclistas,
em especial os mais experientes, se utilizarem deste vestuário, pois
muitas vezes conseguimos até retirá-los e ou dobrá-los durante o pedal!
Geralmente eles também são feitos nos materiais mencionados acima, pois
sua função é a deaquecer.
Existe uma diferença entre o vestuário para aquecimento e o vestuário
para proteção contra o vento. O ideal é compor o visual pensando nas
duas situção. Uma dica é começar com roupas que aquecem(segunda pela,
camisa de ciclismo, agasalho leve, manguitos e pernitos) e terminar com
roupas queprotegem do vento (jaquetas e coletes do tipo “corta-vento”),
sempre lembrando das tradicionais luvas de dedo longo (que podem, sob
frio muito intenso, ser de número maior acomodando uma luva térmica por
baixo da luva de ciclismo), óculos e capacete.
No quesito calças (apesar da resistência de alguns quanto ao efeito
“bailarina” – uma bobagem, por sinal), o ideal é usarmos a bermuda de
ciclismo com os “pernitos”. Se a temperatura estiver muito baixa,
podemos usar calças compridas do tipo “segunda pele”, com a bermuda de
ciclismo por cima.Dependendo da temperatura, podemos usar o “overshoe”
(ou cobre-sapatos), uma espécie de grande meias sem sola colocada sobre
as sapatilhas, fazendo a ligação dos pés com as pernas, uma área
geralmente descoberta e muito sensível.
Ciclista agasalhado e com protetor de orelha sob o capacete, mas de bermuda
Devemos nos lembrar também de usar protetor labial e, em pedaladas
mais longas, colírios e/ou soro fisiológico para manter os olhos livres
de ressecamento. E lembre-se sempre de retirar toda a roupa úmida e suja
imediatamente após a pedalada.
Preparação
Pronto! Estou vestido, preparado e equipado para o pedal. Agora então
é só pedalar. Não! No inverno, a necessidade do alongamento e
aquecimento prévio é bem maior! Devemos prolongar o tempo do
alongamento, e não a intensidade dos movimentos, aquecendo também as
mãos e os pés.
Inicie com um pedal leve e, se possível, com a rotação bem elevada
(acima de 90 RPM), utilizando uma marcha bem leve. Faça isto por 5 a 10
minutos. Lembre-se também de “desaquecer”, fazendo a mesma coisa ao
final do pedal.
Mantenha sua hidratação sem alterações, com um gole generoso a cada
30 minutos, mesmo sem vontade de beber. Se o pedal for longo, aumente em
cerca de 1/3 o que costuma levar para comer, pois no inverno costumamos
sentir mais fome. Evite sair no início da manhã, quando as temperaturas
ainda estão muito baixas, e durante a noite. O período mais propício
para o pedal nestas condições é na hora do almoço, até o meio da tarde,
para os que puderem.
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