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segunda-feira, 29 de abril de 2013

O que é rural e o que é urbano no Brasil?



É preciso contar a verdadeira história da Palestina

Deir Yassin, como acontecimento e como representação política, permanece como componente decisivo da luta palestina por liberdade, mas a história da qual o massacre faz parte continua a sujeitar-se ao preconceito – ou, mais especificamente, ao racismo – da academia e da mídia
29/04/2013
Ramzy Baroud*
(Tradução: Baby Siqueira Abrão)

No início de abril os palestinos do mundo inteiro relembraram o massacre de Deir Yassin, ocorrido em 9 de abril de 1948. Na consciência palestina, o massacre, que tirou a vida de mais de 100 pessoas inocentes, representou a face cruel do sionismo – a base ideológica sobre a qual o Estado de Israel foi fundado. Ao longo dos anos, as lembranças aterradoras associadas a Deir Yassin transformaram-se em algo mais do que sua representação imediata como ato criminoso deliberado, com objetivos políticos, e sobreviveram como uma cicatriz permanente no centro de uma memória coletiva carregada de muitos massacres como o de Deir Yassin.
Deir Yassin, como acontecimento e como representação política, permanece como componente decisivo da luta palestina por liberdade, mas a história da qual o massacre faz parte continua a sujeitar-se ao preconceito – ou, mais especificamente, ao racismo – da academia e da mídia.
O massacre de Deir Yassin é amplamente aceito no pensamento israelense e ocidental porque os líderes sionistas da época desejavam destacá-lo como uma tática terrorista bem-sucedida para tirar centenas de milhares de palestinos das terras que lhes pertenciam. Entretanto, outros massacres cometidos pelas forças sionistas durante a Nakba (catástrofe) palestina passam ao largo do conhecimento israelense e ocidental sobre a Palestina e sua história encharcada de sangue, e isso porque esses massacres foram contados, em sua maioria, apenas pelos palestinos.
Trata-se de uma tragédia na qual nem a vítima obtém justiça nem sua vitimização é admitida por aquilo que foi e é. Muitos massacres cometidos contra palestinos estão ocultos porque, a menos que sejam reconhecidos por historiadores israelenses, para as audiências ocidentais é como se eles nunca tivessem acontecido.
Somente quando o jornalista israelense Amir Gilat decidiu publicar um artigo, alguns anos atrás, no jornal israelense Ma’ariv, citando a pesquisa de Theodore Katz, estudante de pós-graduação de Israel, foi que a mídia ocidental reconheceu, ou ao menos concordou em debater, o massacre de Tantura. Pouco lhes importou que descendentes e familiares das 240 vítimas dessa vila destroçada, assassinadas a sangue-frio pelas tropas da Brigada Alexandroni, nunca cessassem de relembrar seus entes queridos.
Ao longo dos 65 anos da conquista sionista da Palestina e do início do “problema dos refugiados palestinos” – que também pode ser lido como “genocídio” por quem ousa enfrentar as sensibilidades israelenses-ocidentais –, a história da Palestina vem sendo filtrada pelos mesmos mecanismos de décadas atrás. No entanto, é hora de o direito à narrativa verossímil, até agora reservado aos historiadores israelenses, ser assumidamente desafiado.
Quem cavar fundo o texto histórico palestino ficará admirado com a história verdadeira de seu povo, suas muitas tragédias e suas volumosas, fascinantes narrativas de uma civilização profundamente arraigada, insuperável em suas singularidade e continuidade históricas. A representação – ou falsificação – da narrativa palestina, porém, existe na academia, na mídia e até mesmo na imaginação popular ocidentais, tecida por um “conhecimento” cuidadosamente fabricado com o qual os narradores israelenses gentilmente decidiram revesti-la. Remova-se o vínculo israelense com a compreensão ocidental sobre tudo o que diz respeito à Palestina e ter-se-á um espaço vazio de textos desconexos que têm muito pouco de um discurso alternativo.
O caso de Deir Yassim foi largamente aceito como massacre porque historiadores israelenses como Benny Morris – um pesquisador razoavelmente honesto que permaneceu comprometido com o sionismo, a despeito da história macabra que ele mesmo descobriu – admitiram sua existência como fato histórico. “Famílias inteiras foram perfuradas por balas [...] homens, mulheres e crianças foram chacinados à medida que saíam de suas casas; indivíduos eram postos de lado e assassinados. A inteligência da Haganah relatou: ‘Havia pilhas de mortos. Alguns dos detidos, levados a locais de encarceramento, incluindo mulheres e crianças, eram cruelmente assassinados por seus captores [...]”.
Foram as milícias sionistas do Irgun, de Menachem Begin, e da Stern Gang, lideradas por Yitzhak Shamir, que receberam o crédito pela infâmia cometida naquele dia – e ambos os líderes foram generosamente recompensados pela atrocidade de seus atos. Anos depois, esses homens passaram da condição de criminosos procurados para a de primeiros-ministros.
O massacre de Tantura tem uma boa chance de deixar de ser mera ficção palestina e tornar-se história verdadeira porque um estudante israelense resolveu desafiar o discurso oficial de seu país, que insiste em retratar Israel como um oásis de democracia e de pureza histórica.
Numerosas vilas palestinas e seus habitantes, submetidos ao genocídio de 1948 (conhecido, nos círculos polidos, como “limpeza étnica”), não conseguiram fazer o corte histórico, como se continuassem a esperar que um historiador israelense validasse a afirmação de que esse genocídio realmente ocorreu.
Numa comunicação recente, o dr. Salman Abu Sitta, um dos principais historiadores palestinos da Nakba, disse: “A ironia é que aquilo que o suspeito Benny Morris e o respeitado Ilan Pappé escreveram é o que os palestinos vêm dizendo há mais de seis décadas. A mídia dominada pelo sionismo é surda e muda. Trata-se do orientalismo em sua pior forma”. Sem dúvida.
O assunto, entretanto, é tão relevante hoje como era há 65 anos. Os descendentes dos que sobreviveram à Nakba e às subsequentes guerras e massacres são, em sua maioria, refugiados na própria Palestina ou em outros países do Oriente Médio e do mundo. Nem seus ancestrais receberam justiça, nem a geração atual obteve a restituição do que pertencia a seus ascendentes. De Deir Yassim a Tantura, de Ain Al Hilweh a Yarmouk e Jabalya, a escala de sofrimento é a mesma, e permanente.
Mas isso precisa mudar. Sem uma narrativa palestina autêntica, isenta de adulterações, nenhum entendimento verdadeiro da Palestina e de seu povo – até mesmo por aqueles considerados simpáticos à causa palestina – pode ser alcançado. Uma narrativa centrada em relatos que reflitam a história, a realidade e as aspirações da gente comum permitirá uma compreensão genuína da verdadeira dinâmica que move o conflito. Essa narrativa, que faz justiça a toda uma geração de palestinos, é poderosa o bastante para desafiar a parcialidade e a polarização atuais.
Deir Yassin deve ser tão relevante para o presente como essencial para revelar o passado. Não apenas existiram muitos massacres como Deir Yassin, de variadas formas, como Deir Yassim é o microcosmo de um drama muito maior, que continua acontecendo na Palestina. Se o Deir Yassin original, e outros massacres, forem desprezados, considerados anomalias históricas irrelevantes, então o presente permanecerá contaminado e incompreendido.
É tempo de os historiadores palestinos darem um passo adiante e reivindicarem o que é, essencialmente, a sua narrativa, desafiando os preconceitos da mídia e avançando, com coragem, além dos limites permitidos por Israel, desafiando também, portanto, o controle intelectual sobre o discurso palestino.

*Ramzy Baroud, palestino da diáspora, é colunista internacional e editor do sitePalestine Chronicle (http://palestinechronicle.com). Seu mais recente livro é My Father Was a Freedom Fighter: Gaza’s Untold History [Meu pai era um revolucionário: a história não contada de Gaza], publicado pela Pluto Press.

Google Earth traz imagem detalhada de 

cemitério de aviões nos EUA

Base no Arizona possui cerca de 5 mil aeronaves aposentadas.
Baixa umidade do local retarda degradação dos aviões.
Do G1, em São Paulo

Foto: Reprodução

O cemitério de aviões dos Estados Unidos, o Boneyard, pode ser visualizado nos mínimos detalhes a pelo Google Earth. O serviço de imagens por satélite do Googlelançou uma versão em alta resolução do local, que possui cerca de 5 mil aeronaves, incluindo bombardeiros da Segunda Guerra. A base do grupo de manutenção aérea está localizada no interior da cidade de Tucson, no Arizona, local escolhido por conta da baixa umidade, que retarda a degradação das aeronaves aposentadas. (Foto: Reprodução)



RÚSSIA ADVERTE CONTRA REPETIÇÃO DO CENÁRIO IRAQUIANO NA SÍRIA



NYT DIZ QUE CIA DEU MILHÕES DE DÓLARES 

A PRESIDENTE AFEGÃO



RÚSSIA E JAPÃO REINICIAM NEGOCIAÇÕES 

PARA TRATADO DE PAZ


Rússia e Japão anunciaram nesta segunda-feira sua decisão de reiniciar as negociações para a assinatura de um tratado de paz que substitua o armistício assinado pelos dois países após o fim da Segunda Guerra Mundial.
"Os dirigentes de ambos os países manifestaram sua decisão de assinar um tratado de paz uma vez que se superem as divergências entre ambas partes por meio de negociações", assinala uma declaração conjunta divulgada pelas agências russas.
Segundo o documento, o presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro japonês, Shinzu Abe, consideram que "não é normal" que já tenham passado 67 anos desde o fim da disputa sem que os dois países tenham assinado um acordo de paz.

Rússia e Japão condenam Coreia do Norte por não renunciar às armas nucleares

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzu Abe, condenaram nesta segunda-feira a Coreia do Norte pela recusa de renunciar à fabricação de armas nucleares e mísseis balísticos.
"Os dirigentes de ambos os países sublinharam que o teste nuclear de 12 de fevereiro representa uma violação flagrante da correspondente resolução do Conselho de Segurança da ONU", diz o comunicado conjunto recolhido pelas agências locais.
Além disso, Moscou e Tóquio chamam Pyongyang para cumprir com as resoluções das Nações Unidas e a declaração conjunta emitida após a quarta rodada de negociações nucleares de setembro de 2005.
Então, no marco das negociações de seis lados em Pequim, a Coreia do Norte se comprometeu a abandonar o programa nuclear em troca de ajuda e garantias de segurança.
Tanto Putin como Abe manifestaram seu respaldo à regra política e diplomática do problema nuclear na península coreana e advogaram pelo reatamento das conversas multilaterais (China, Rússia, EUA, Japão e as duas Coreias).
Segundo os especialistas, além da Coreia do Sul, o Japão poderia ser um dos principais alvos dos mísseis norte-coreanos em caso da explosão de um conflito.



A Venezuela e a CIA



Países latino-americanos criam mecanismo de defesa contra multinacionais


sábado, 27 de abril de 2013

Matemáticos revelam rede capitalista 

que domina o mundo

Republicamos esta reportagem veiculada em 2011 por sugestão de um de nossos leitores, acompanhada de uma nota da redação. Trata-se de uma análise sobre as relações entre 43.000 empresas transnacionais que conclui que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.

Por indicação do leitor Pedro, cujo comentário segue abaixo, republicamos esta reportagem indicada por ele – a qual, aliás, à época da publicação aqui emCarta Maior, teve muita repercussão. Ao nosso leitor Pedro, agradecemos a lembrança e esclarecemos que nem sempre é possível enfrentar os temas da forma que gostaríamos, tendo em vista a conjuntura que somos obrigados a acompanhar no dia-a-dia. 

Caminhamos no fio da navalha, tendo de cada lado desse fio abismos profundos e, portanto, perigosos. De um lado, a grande mídia que está sempre a serviço do capital financeiro internacional. De outro lado, um governo fragilizado pela obrigatória composição política, necessária para a governabilidade.

Nesses termos, Carta Maior procura trazer a seus leitores o que há de melhor no mundo colonizador, desenvolvido, hoje às voltas com bestiais incertezas, tanto no primeiro como no segundo império, mostrando os erros que cometeram e buscando a solução de suas respectivas crises.

Não há como fazer perguntas "revolucionárias" a um conservador. Temos, sim, que arrancar deles as contradições que vicejam no capitalismo. Também não estamos buscando soluções para resolver os problemas do capitalismo. Nos cabe, sim, demonstrar os erros que eles cometeram e que repetem a todo momento, para poder combater o pensamento conservador aqui no Brasil, espelhado pela grande imprensa, em favor das elites, em favor do capital financeiro nacional e internacional, em favor da concentração de capital, cada vez mais radicalizada.

Lamentavelmente não existe um modelo político que possamos "copiar" como solução. O Brasil é um país capitalista, por opção do povo brasileiro. As pesquisas de opinião que vêm sendo reveladas cotidianamente são a prova disso. O povo brasileiro está contente com a vida que está levando e vai querer mais, à medida que suas conquistas se cristalizarem. 

O espaço das esquerdas ficou muito estreito, quase relegado à periferia das sociedades, principalmente quando os países alcançam o desenvolvimento e conquistas sociais, como no Brasil, onde milhões deixaram a linha da miséria e passaram para outro patamar – que não é o da classe média, ou da classe "C", tão decantada pela mídia, mas um outro patamar, que está sendo capaz de sustentar um governo progressista, cheio de defeitos e algumas virtudes, como é o da presidenta Dilma Rousseff.

Comentário do leitor Pedro à reportagem ‘Economia mundial ainda enfrenta campo minado’, de Marcelo Justo:
As perguntas do entrevistador e as respostas do entrevistado são de natureza conservadora. Segundo o que caracteriza a ambos, parece que uma boa política econômica resolveria os problemas do capitalismo. Segundo o que penso, nem os capitalistas são capazes mais de salvar o capitalismo da bancarrota. Penso que a questão do momento é a radicalidade da concentração capitalista que atingiu níveis revolucionários. Recomendo a ambos ler: Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo Da New Scientist - 22/10/2011 - que a própria Carta Maior publicou na época.




Nota introdutória publicada por Ladislau Dowbor em sua página:

The Network of Global Corporate Control - S. Vitali, J. Glattfelder eS. Battistoni - Sept. 2011

Um estudo de grande importância, mostra pela primeira vez de forma tão abrangente como se estrutura o poder global das empresas transnacionais. Frente à crise mundial, este trabalho constitui uma grande ajuda, pois mostra a densidade das participações cruzadas entre as empresas, que permite que um núcleo muito pequeno (na ordem de centenas) exerça imenso controle. Por outro lado, os interesses estão tão entrelaçados que os desequilíbrios se propagam instantaneamente, representando risco sistêmico. 

Fica assim claro como se propagou (efeito dominó) a crise financeira, já que a maioria destas mega-empresas está na área da intermediação financeira. A visão do poder político das ETN (Empresas Trans-Nacionais) adquire também uma base muito mais firme, ao se constatar que na cadeia de empresas que controlam empresas que por sua vez controlam outras empresas, o que todos "sentimos" ao ver os comportamentos da mega-empresas torna-se cientificamente evidente. O artigo tem 9 páginas, e 25 de anexos metodológicos. Está disponível online gratuitamente, no sistemaarxiv.org 

Um excelente pequeno resumo das principais implicações pode ser encontrado no New Scientist de 22/10/2011 (e está publicado a seguir).

(*) O gráfico em forma de globo mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma

A rede capitalista que domina o mundo
Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.

Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.

A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça

Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.

"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."

Rede de controle econômico mundial
A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.

O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.

Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.

O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.

A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.

Poder econômico mundial
Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.

Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.

Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.

E isso não é tudo.

Super-entidade econômica
Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.

"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.

E a maioria delas são bancos.

Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.

Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.

Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.

A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.

Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas 

Barclays plc 
Capital Group Companies Inc 
FMR Corporation 
AXA 
State Street Corporation 
JP Morgan Chase & Co 
Legal & General Group plc 
Vanguard Group Inc 
UBS AG 
Merrill Lynch & Co Inc 
Wellington Management Co LLP 
Deutsche Bank AG 
Franklin Resources Inc 
Credit Suisse Group 
Walton Enterprises LLC 
Bank of New York Mellon Corp 
Natixis 
Goldman Sachs Group Inc 
T Rowe Price Group Inc 
Legg Mason Inc 
Morgan Stanley 
Mitsubishi UFJ Financial Group Inc 
Northern Trust Corporation 
Société Générale 
Bank of America Corporation 
Lloyds TSB Group plc 
Invesco plc 
Allianz SE 29. TIAA 
Old Mutual Public Limited Company 
Aviva plc 
Schroders plc 
Dodge & Cox 
Lehman Brothers Holdings Inc* 
Sun Life Financial Inc 
Standard Life plc 
CNCE 
Nomura Holdings Inc 
The Depository Trust Company 
Massachusetts Mutual Life Insurance 
ING Groep NV 
Brandes Investment Partners LP 
Unicredito Italiano SPA 
Deposit Insurance Corporation of Japan 
Vereniging Aegon 
BNP Paribas 
Affiliated Managers Group Inc 
Resona Holdings Inc 
Capital Group International Inc 
China Petrochemical Group Company


"Conselho de Segurança com o Brasil seria mais representativo", diz embaixador da França



Especialista explica métodos e empecilhos em identificar uso de armas químicas


Lista de livros importantes para a preparação do vestibular:


  • A Origem das Espécies - Charles Darwin (capítulos: XII e XIII)
  • Globalização: estado nacional e espaço mundial - Demétrio Magnoli
  • União Européía: história e geopolítica - Demétrio Magnoli
  • Geografia do Brasil - Jurandyr Luciano Sanches Ross (enfâse para os capítulos das unidades 1 e 4).
Ampliação da lista (27/04/2013):
  • A Revolução Cubana - Luis Fernando Ayerbe
  • A Revolução Chinesa - Wladimir Pomar
  • A Revolução Iraniana - Osvaldo Coggiola
  • A Revolução Venezuelana - Gilberto Maringoni
Ampliação da lista (13/05/2013):
  • O Choque de Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial - Samuel P. Huntington
* Esta lista está em fase de construção
Obrigado a todos pelas mais de 1000 visualizaçőes. O nosso 
objetivo é propagar conhecimento!

ESTÓNIA: O xisto é chiquehttp://www.presseurop.eu/pt/content/article/3693441-o-xisto-e-chique

* Comentário: Atual situação vivida na Espanha apresenta um cenário mais caótico na zona do euro, fiquem atentos aos desdobramentos dessa questão
ESPANHA: Seis milhões de razões para outra políticahttp://www.presseurop.eu/pt/content/article/3726271-seis-milhoes-de-razoes-para-outra-politica

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Onde está o sonho europeu?


25 abril 2013
KULTURA SÓFIA

Lichuan

Amnésia, recessão, falência das elites, divisões… A Europa livre e solidária, que tanto fez sonhar os povos oprimidos, já não existe e os responsáveis políticos europeus não têm coragem para dizer isso, afirma o politólogo búlgaro Ivan Krastev.
A União Europeia (UE) já não o é, pelo menos tal como a conhecemos. E a questão não é saber o que virá a ser a nova união, mas o motivo pelo qual a Europa que tanto nos fez sonhar já não existe.
A resposta é simples: hoje, todos os pilares que serviram para construir e justificar a existência da União Europeia ruíram.
Em primeiro lugar, a memória da Segunda Guerra Mundial. Há um ano, foram divulgadas as conclusões de um inquérito realizado junto de alunos dos liceus alemães com idades entre os 14 e os 16 anos. Um terço desses jovens não sabia quem foi Hitler e 40% dos inquiridos estavam convencidos de que os direitos do homem eram respeitados da mesma forma por todos os governos alemães desde 1933. Isto não quer de modo algum dizer que exista uma nostalgia do fascismo na Alemanha. Não: quer muito simplesmente dizer que estamos perante uma geração que não tem o mínimo interesse por essa História. Hoje, é uma ilusão continuar a pensar que a legitimidade da UE tem as suas raízes na guerra.

Os europeus perderam a fé no futuro

O segundo elemento que permitiu o advento geopolítico da União é a guerra-fria. Mas esta também já não existe. Hoje, a UE não tem – e não pode ter – um inimigo como a URSS depois de 1949, que possa justificar a sua existência. Em resumo, a evocação da guerra-fria não pode de modo algum ajudar a resolver os problemas de legitimidade da UE.
O terceiro pilar é a prosperidade. A UE continua a ser um espaço rico, muito rico – apesar de isso não ser válido para países como a Bulgária. Em contrapartida, 60% dos europeus pensam que os seus filhos irão viver pior do que eles. Segundo este ponto de vista, o problema não é como vivemos hoje, mas que vida iremos ter no futuro. Portanto, a perspetiva positiva, a fé num futuro melhor, uma poderosa fonte de legitimidade, também desapareceu.
Outra fonte de legitimidade era a convergência – o processo que levou os países pobres que aderem à UE a terem a certeza de que iriam juntar-se progressivamente ao clube dos ricos. Isso ainda era verdadeiro há alguns anos, mas, hoje, se as previsões económicas para os próximos dez anos se confirmarem, um país como a Grécia, em comparação com a Alemanha, continuará a ser tão pobre como no dia em que aderiu à União.

UE comporta-se como um reformado senil

Toda a gente diz que a UE é um projeto elitista. É verdade. Hoje, o problema não é essas elites terem-se tornado antieuropeias, mas o facto de terem perdido qualquer possibilidade de terem peso nos debates nacionais. E o facto de, no fundo, essas elites serem a favor de uma Europa unida deixou de ter qualquer importância, porque ninguém as ouve: essas elites distanciaram-se das pessoas. Se observarmos com atenção os inquéritos sociológicos, veremos que a legitimidade da UE é explicada de formas muito diferentes, consoante nos encontremos no Sul ou no Norte do continente.
Em países como a Alemanha e a Suécia, as pessoas têm confiança na UE, porque também acreditam na boa fé dos seus próprios governos. Em Itália, na Bulgária e na Grécia, as pessoas não confiam nos seus políticos e é por essa razão que acreditam na UE. Qual é a lógica? Apesar de não os conhecerem, os políticos de Bruxelas não podem ser piores que os políticos nacionais. Para dizer a verdade, parece-me que, hoje, até esse sentimento tem tendência a regredir: a última crise é a prova de que essa confiança também foi abalada.
E, para terminar, o último pilar: o Estado social. Não há dúvida de que a existência do Estado social é parte integrante da identidade da UE. No entanto, neste momento, a questão já não é saber se esse Estado social é uma coisa boa ou má, mas se continua a ser viável, numa situação não apenas de concorrência mundial, mas também de uma mudança demográfica de peso na Europa. O problema é que nós, os europeus, estamos a desaparecer. Em 2060, 12% da população da UE terá mais de 80 anos. A Europa está a envelhecer. E não é por acaso que, às vezes, a União se comporta como um reformado senil, na cena internacional. Onde ir buscar o dinheiro para manter vivo esse Estado social indispensável para as pessoas idosas? Às gerações futuras? Acontece que isso já foi feito com a acumulação da dívida pública…

O “nós” europeu ainda por definir

Outra consequência da crise: as novas divisões existentes no continente. No seio da UE, a separação entre Ocidente e Leste já não existe, mas surgiram outras cisões muito mais importantes. A primeira é a existente entre os países da zona euro e os outros. Muitas vezes, quando falam da UE, os franceses, os alemães ou os espanhóis estão realmente a pensar na zona euro. Mas essa divisão não será pertinente, enquanto países de grande importância estratégica como a Suécia, a Polónia e o Reino Unido continuarem fora da zona. A outra divisão de peso é a existente entre países credores e países devedores. Quando a Grécia quis organizar um referendo sobre o resgate do país, a Alemanha apresentou a seguinte objeção: “No fundo, vocês querem fazer um referendo sobre o nosso dinheiro!” Este reparo não é completamente ilegítimo… Nenhum país deve tornar-se refém da zona euro. Acontece que é esse o problema, quando se tem uma moeda comum mas não uma política comum.
Como sair da crise? Se observarmos mais de perto a UE, perceberemos que alguns países estão em crise e outros não – ou são menos afetados por ela. Por outro lado, em alguns casos, a crise teve igualmente efeitos benéficos sobre determinadas práticas. Segundo este ponto de vista, o principal problema de qualquer política é o de criar ganhadores e perdedores – mas isso é coisa que os políticos se abstêm de nos dizer. Não se trata tanto do problema em si: sempre houve perdedores e ganhadores e a questão reside em saber como dar compensações a uns e explicar aos outros que é do seu interesse pôr em prática esta ou aquela política.
Nós ainda pensamos que há políticas que só criam ganhadores. No estado atual da UE, essa ideia continua a ser um desejo piedoso, porque o esquema natural de solidariedade que existe no Estado nacional ainda não existe à escala da União. Além disso, os países da UE não têm todos a mesma história nem a mesma língua. De que está a falar-se, quando se diz “nós” no plano europeu? Para a UE começar a funcionar de uma forma correta, é absolutamente indispensável definir previamente o que é esse “nós” europeu.
Discurso proferido num seminário na Universidade de Sófia, no fim de março, sobre “a Europa e a crise”.

Filas no porto de Santos irritam caminhoneiros e evidenciam gargalo


 Kilimanjaro — Um Monte Coberto de Neve em Plena Savana


     O Monte Kilimanjaro é um antigo vulcão que está localizado ao norte da Tanzânia, próximo à fronteira com o Quênia e é o ponto mais alto da África com 5.892 metros de altitude.

   O complexo do Kilimanjaro inclui florestas circundantes que possuem uma rica fauna com espécies ameaçadas de extinção. Essa área foi considerada reserva de caça pelo Governo Colonial Alemão no início do século XX, mas em 1973, foi, por fim, declarado Parque Nacional e inscrito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), como patrimônio da humanidade.
   A montanha, que já serviu de cenário a um dos maiores clássicos de Hollywood - As Neves do Kilimanjaro (EUA 1952) - adorada por turistas e aclamada pela literatura, já não é mais a mesma. O monte já perdeu 97% da sua cobertura original e, segundo uma pesquisa da Universidade de Ohio, "A capa de neve que cobre o Kilimanjaro há mais de 11 mil anos, deve desaparecer por completo até 2015." Em um outro estudo, esse feito pela UNESCO, mostra que o degelo do Himalaia é tão acelerado que 44 lagos no Nepal podem simplesmente transbordar.
   As "Neves do Kilimanjaro" são a principal atração turística da Tanzânia, que faz com que 20 mil estrangeiros visitem esse país todos os anos. A dúvida, é: quantos continuarão indo com a montanha sem neve?

Fonte: http://geografiaemprosa.blogspot.com.br/2013/04/kilimanjaro-um-monte-coberto-de-neve-em.html

Brasil é 4º país mais desigual da América Latina

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Brasil usará 25 mil militares em ação inédita em fronteiras

Atualizado em  24 de abril, 2013 - 04:44 (Brasília) 07:44 GMT

Militares fazem patrulha em rio (foto:Ministério da Defesa)
Operação deve terntar sufocar tráfico de drogas e de armas nas fronteiras
O Ministério da Defesa deve enviar até 25 mil militares para patrulhar toda a fronteira terrestre do país simultaneamente em uma operação inédita, relacionada à segurança da Copa das Confederações. A ação deve afetar diretamente cerca de seis milhões de brasileiros que vivem próximo às fronteiras.
A operação Ágata 7 será a maior ação militar voltada à segurança pública realizada no governo Dilma Rousseff em número de participantes, equipamentos e abrangência.
As dimensões da ação também superam todas as operações do gênero realizadas desde a criação, em 2009, do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas - o órgão tem a missão de integrar e coordenar as ações do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Serão cobertos 16.886 quilômetros de fronteira com dez países, segundo o brigadeiro Ricardo Machado Vieira, chefe de operações conjuntas do Ministério da Defesa. "Vai ser a maior operação que já fizemos", afirmou. Operações do gênero realizadas no passado eram capazes de cobrir apenas pedaços da fronteira.
Sua realização foi anunciada na terça-feira pela presidente Dilma. Será primeira vez que os comandos militares da Amazônia, do Oeste e do Sul trabalharão integrados em uma mesma operação.
"Mas não vamos ter um homem a cada 100 metros. Já identificamos posições que sabemos que são mais críticas", disse Vieira.
Isso significa que as tropas serão espalhadas em pontos da fronteira que já vêm sendo investigados há cerca de um mês por cem militares dos setores de inteligência das Forças Armadas.
Os locais específicos não foram revelados, mas as maiores concentrações de tropas devem acontecer nas regiões de Tabatinga (AM), Assis Brasil (AC), Ponta Porã (MS) e Foz do Iguaçu (PR), entre outras.
Centenas de aeronaves e veículos devem ser usados. Os principais meios de transporte das tropas e agentes ligados a diversos ministérios para as regiões mais remotas devem ser helicópteros Black Hawk, Pantera, Cougar e Esquilo. Caças Super Tucano da Aeronáutica serão usados para interceptar aviões suspeitos e drones (aviões não tripulados) farão vigilância aérea.
Embarcações de patrulha da Marinha devem interditar os principais rios que cruzam a fronteira e blindados do Exército ocuparão as estradas que dão acesso ao país. Todos os militares envolvidos levarão armamento letal e terão poder de polícia.

Combate ao crime

Piloto se prepara para voar em operação na fronteira (foto: Ministério da Defesa)
Operação faz parte do esquema de segurança da Copa das Confederações da Fifa
O objetivo da ação será combater diversos tipos de atividades criminosas. Alguns exemplos são os garimpos irregulares na fronteira com as Guianas, pistas de pouso irregulares e tráfico de drogas na região amazônica, contrabando de armas e mercadorias ilícitas no oeste e sul da fronteira e a entrada de explosivos pelo sul, entre outras.
Segundo Vieira, não há foco específico em um determinado tipo de atividade criminosa. A ideia do governo é combater os diversos tipos de crime na fronteira para beneficiar o país como um todo – combatendo, por exemplo, a entrada de drogas, armas e mercadorias irregulares nas capitais.
A estratégia do governo em operações semelhantes realizadas no passado foi interromper e sufocar o as atividades de traficantes e contrabandistas na fronteira para prejudicar suas finanças. Quando os militares saíram da região, operações específicas da Polícia Federal e da Receita Federal tentaram capturar criminosos que voltaram à região para tentar se recuperar do "prejuízo" dos dias de bloqueio.
A data específica de início da ação é tratada como informação sigilosa. Foi anunciado apenas que a operação deve começar em maio e durar cerca de três semanas – terminando antes da Copa das Confederações da Fifa. O torneio ocorrerá entre os dias 15 e 30 de junho e reunirá equipes de oito países.
Essa será a sétima edição da operação Ágata, um esforço militar iniciado em 2011 para patrulhar a fronteira brasileira com ações militares massivas. As operações anteriores aconteceram em regiões específicas do país. A última levou mais de 12 mil militares para os Estados de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Acre no fim do ano passado.
Nas seis edições anteriores foram apreendidos mais de 750 veículos e embarcações e 12 toneladas de drogas. Os militares aproveitam a presença na região para oferecer tratamento médico e odontológico em povoados e cidades isoladas. Cerca de 63 mil pessoas foram atendidas.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130422_agata_sete_lk.shtml?ocid=socialflow_twitter_brasil

“A situação da Caatinga é a de um bioma ameaçado” 
http://www.espacoecologiconoar.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=24659&Itemid=1

terça-feira, 23 de abril de 2013

A trampa Boston-Chechênia do FBI


A imprensa independente não se intimidou. Encontram-se fotos, emNatural News, um achado, um perfeito tesouro de fotos e mais fotos que mostram empregados da Craft no local da Maratona, em uniforme completo de combate, mochilas pretas, equipamento tático, portando até detector de radiação. As fotos, portanto, existem. E como reagiu o FBI? Impôs total blecaute. Censura total de imagens, coisa do tipo “nenhuma outra imagem será confirmada” – só imagens que mostrem os irmãos Tsarnaev. A empresa Craft é intocável. 

Pepe Escobar
Asia Times Online - 23/04/2013
(Tradução: Vila Vudu)
 
As bombas em Boston foram tiro pela culatra. Disso já não há qualquer dúvida. O que ainda não se sabe é que nível de tiro saiu-lhes pela culatra. 

Pode ter sido operação clandestina que deu saiu totalmente errada. Pode ter sido tiro que saiu pela culatra de ex “combatentes da liberdade” – nesse caso chechenos étnicos – reconvertidos em terra-rists [como Bush pronunciava a palavra terrorists (NTs)]. Pode ter sido tiro saído diretamente pela culatra da política externa dos EUA contra muçulmanos, que só existe para mandá-los para Guantanamo, Abu Ghraib ou Bagram, entregá-los “extraordinariamente” (mas frequentemente) para serem torturados em solo estrangeiro ou para assassiná-los ‘legalmente’. 

O FBI, como se poderia facilmente prever que faria, não admite nenhuma dessas opções. Mantém-se agarrado a um roteiro enroladíssimo, digno desse pessoal mais completamente movido à cocaína. Noites hollywodianas dos anos 1980s: uma dupla de bandidos que “odeiam nossas liberdades”, porque... odeiam. 

Como já escrevi, numa espécie de preâmbulo ao que aqui se lê, há buracos de dimensões intergalácticas na história dos irmãos Tsarnaev.[1] Já se sabe – pela mãe dos dois rapazes[2] – que o FBI (Federal Bureau of Investigation) seguia o irmão mais velho, Tamerlan, há, no mínimo, cinco anos. Em entrevista posterior a Piers Morgan da CNN, a mãe falou, sim, claramente, sobre “orientações” que o filho recebera. 

Simultaneamente, o FBI foi obrigado a admitir que, no início de 2011 aceitou o pedido de “um governo estrangeiro” (expressão-código para “Rússia”) para não perder de vista o mais velho dos irmãos, Tamerlan. Aparentemente foi o que fizeram – e nada encontraram que sugerisse atividade terrorista. 

Assim sendo, o que aconteceu depois? Alguém no FBI, dos que têm QI superior a 50, devem ter percebido que, por causa do pedido dos russos, o FBI ‘descobrira’ um precioso ‘operativo’ checheno-americano. E Tamerlan tornou-se informante do FBI. Podia ser tocado como se toca rabeca, para produzir qualquer som – como tantos outros tolos antes dele. 

Portanto, se não o afinaram corretamente, pode-se acusar o FBI, com todo o direito, de incompetência devastadora (e não seria a primeira vez). Porque o FBI está dizendo agora que jamais suspeitou de que seu ‘operativo’ estivesse construindo alguma bomba, que desejasse testá-la ou que andasse de bomba da mochila pelas calçadas da maratona de Boston. 

O que o FBI jamais, em tempo algum, dirá é quando monitoraram/controlaram/chantagearam Tamerlan pela última vez. Não esqueçamos: trata-se do mesmo FBI que nos ofereceu aquele ‘plano’ tipo “Velozes e Furiosos”, mancomunado com um cartel mexicano para assassinar um embaixador saudita[3] – plano que foi desmascarado e exposto apenas em alguns dias. 

Tamerlan, é claro, pode ter dado uma de FBI p’ra cima do FBI (embora, talvez, nem tanto) e, depois de anos de monitoramento/controle/chantagem, passou a trabalhar como agente duplo. Ao que se sabe, trocou os EUA pela Rússia por longo período – de janeiro a julho de 2012. Ninguém sabe o que fez nesse período; o FBI adoraria provar que participou de treinamento terrorista tático. Mas, se era de fato ‘operativo’ tão interessante, bem pode ter sido mandado infiltrar-se nos grupos de jihadis chechenos comandados por Doku Umarov no vizinho Daguestão. 

Quanto às relações complexas, cheias de nuances, como são todas as relações muito íntimas, desde os anos 1990s, entre Washington e os terra-rists chechenos – absoluto tabu na imprensa-empresa dos EUA –, ninguém precisa ler mais que o interessantíssimo e surpreendente Sibel Edmonds [19/4/2013, “USA: The Creator & Sustainer of Chechen Terrorism” (EUA: Criador e mantenedor do terrorismo checheno)].[4] 

Sobre o tal exercício 

O FBI tem poder suficiente para impor aos EUA e ao planeta qualquer roteiro fantasioso sobre “dois jovens chechenos do mal”. Consideremos então um cenário alternativo crível, para ver a que nos leva. 

Em vez de dois sujeitos (estrangeiros) do mal, totalmente americanizados, que repentinamente são inoculados pelo vírus do ódio “contra nossas liberdades” mediante doutrinação jihadista feita principalmente online, vejamos quem realmente se beneficia com o que aconteceu em Boston. 

O Boston Globe foi forçado a “fazer desaparecer” a informação sobre um exercício de contraterrorismo – que incluiria cães que farejam bombas – e que aconteceria durante a maratona. O FBI bem pode ter dito ao seu ‘operativo’ Tamerlan que ele participaria do exercício. Tamerlan podia ser sujeito durão, mas seria facilmente chantageado, se sua família fosse ameaçada no caso de ele não cooperar. 

Então, entregaram a Tamerlan uma mochila preta com uma falsa bomba de panela-de-pressão e disseram-lhe que a pusesse num local determinado – como um dos procedimentos incluídos no exercício. Nesse ponto, todo o (nosso) cuidado é pouco: não há nenhuma prova conclusiva que autorize a confirmar que se tratasse de simples exercício. Não há como saber se a bomba era falsa ou se estava armada para explodir ou ser explodida. 

Digamos que Tamerlan, homem durão, e seu irmão, o impressionável Dzhokhar, tenham sido realmente responsáveis (sem o FBI no quadro). Depois de tanto planejamento, com certeza haveria rota de fuga planejada – transporte, passaportes, dinheiro, bilhetes de avião. E nada disso havia. Dzhokhar foi à escola, treinou na academia, enviou mensagens por Twitter. 

Não há absolutamente nenhuma testemunha que diga ter visto os irmãos depositarem as bombas. Eles puseram as bombas onde as puseram, porque essa foi a instrução que receberam do FBI. E dali em diante, já ninguém entende mais nada. Roubaram um Mercedes num posto de gasolina e deixaram partir o motorista – depois de dizerem a ele que eram responsáveis pelas bombas da Maratona. Dzhokhar e a Mercedes conseguem sair vivos de tiroteio cerrado, furando uma muralha de policiais – mas, no percurso, o Mercedes passa por cima do corpo de Tamerlan enrolado em explosivos. Dzhokhar deixa uma trilha de sangue. Mas nenhum cachorro seguiu a trilha. 

E há o saborosíssimo exercício em cidade sob lei marcial: toda a cidade foi esvaziada e paralisada – o prejuízo gerado por essa operação é incalculável – por causa de um adolescente em fuga pela cidade. Atenção, EUA! A coisa está só começando! 

O que é certo é que os irmãos Tsarnaev absolutamente não eram militantes jihadis; só os viciados nos veículos de esgoto de Murdoch algum dia engolirão a ideia de que fossem. 

Basta passar os olhos por uma página de jihadistas autênticos, como o Kavkaz Center [http://en.wikipedia.org/wiki/Kavkaz_Center], muito bem estabelecidos e plenamente representativos do que se conhece como o Emirado Islâmico do Cáucaso, de insurgentes. Ali se fazem boas perguntas. E o Centro Caucasiano desmonta completamente a versão de que os irmãos seriam jihadistas empedernidos. 

A [empresa] Craft, que tudo sabe 

Poucas empresas paramilitares e respectivas griffes no ocidente industrializado são mais sinistras que The Craft.[5] Craft foi responsável pelo exercício de guerra. O símbolo é uma caveira, parecida, até, com O Justiceiro, personagem Marvel. O motto chega a ser tímido, ante o que a empresa faz: “Não importa o que sua mãe diga: a violência resolve”. A imprensa-empresa nos EUA fez simplesmente sumir qualquer vestígio da multidão de empregados-agentes da Craft que estavam em todos os pontos, muitos deles, no local da Maratona. Pode-se falar em um blecaute, pelas empresas-imprensa. 

Mas a imprensa independente não se intimidou. Encontram-se fotos, em Natural News,[6] um achado, um perfeito tesouro de fotos e mais fotos que mostram empregados da Craft no local da Maratona, em uniforme completo de combate, mochilas pretas, equipamento tático, portando até detector de radiação. As fotos, portanto, existem. E como reagiu o FBI? Impôs total blecaute. Censura total de imagens, coisa do tipo “nenhuma outra imagem será confirmada” – só imagens que mostrem os irmãos Tsarnaev. A empresa Craft é intocável. 

O problema é que tudo que tenha a ver com a empresa Craft nesse cenário é problema. (1) A invisibilidade da Craft – toda a imprensa-empresa obedecendo como ovelhinhas ao que o FBI ordenou e apagando do noticiário todos os fatos. (2) A qualidade da expertise “de segurança” – um exército de mercenários ao qual se paga uma fortuna... e os tais hiper treinados ‘especialistas’ armados com o mais pesado armamento high-tech do planeta não conseguem capturar uma dupla de amadores?! E (3) a sinistra possibilidade de tudo tenha sido operação clandestina executada pela empresa Craft. 

Se nos mantivermos fieis à realidade, deixando de lado as histórias em quadrinhos by Marvel, todas as evidências apontam para alguma coisa bem semelhante ao modus operandi da galáxia soturna de franquias da al-Qaeda. Consideradas as provas recolhidas da história e do comportamento dos irmãos – nenhuma atividade passada nem militar nem de sabotagem – elas também sugerem que não teriam experiência suficiente para planejar e executar tudo aquilo, sozinhos. Mas pode-se entender sem dificuldade uma operação copiada da al-Qaeda e atribuída a dois rapazes que não teriam como defender-se – algo que, pelo menos em teoria, a empresa Craft poderia facilmente planejar. 

Por tudo isso, eis a que nos leva um cenário perfeitamente realista: falsa operação construída por FBI/Craft, a qual (1) pode ter dado terrivelmente errado, motivo pelo qual os autores tiveram de encontrar dois bodes expiatórios, no prazo de algumas horas; ou (2) a sinistra possibilidade de que tudo tenha sido planejado como joguinho de gato-e-rato para produzir exatamente o resultado que produziu – e levar à militarização, agora já quase total, de toda a vida civil nos EUA. 

Vale o escrito (em sangue). Estão sumindo os últimos vestígios de Estado de Direito nos EUA – agora que um painel bipartidário de especialistas já descobriu que todos os funcionários em postos de comando do governo George W Bush estiveram, sem dúvida possível, implicados em torturas; e que a tortura foi prática sistemática, mesmo que jamais tenha conseguido impedir qualquer ato terrorista. 

Washington está a um passo de ver-se incluída na lista cintilante de estados como o Egito na era Mubarak, Bahrain e Uganda. Como o coronelão-senador Lindsay Graham já declarou, “a pátria é o campo de batalha”. E você, leitor, é “combatente inimigo”. Se decidirmos que é.