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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O que está por trás da “reorganização” das escolas pelo governo Alckmin

O que está por trás da “reorganização” das escolas pelo governo Alckmin


O secretário de Educação Voorwald e o governador Alckmin
O secretário de Educação Voorwald e o governador Alckmin

O governo de São Paulo esteve usando o eufemismo ‘reorganização’ para tratar do assunto fechamento de escolas, mas volta e meia escapa-lhe uma ‘reestruturação’. É a força do jargão empresarial superando os melindres tucanos. Só não chamaram de ‘descontinuidade’ o fechamento das escolas, mas alegam que irão ‘disponibilizá-las’. Quando um açougue no seu bairro fechar e virar uma imobiliária ele não fechou, só foi disponibilizado, ok?
Com tanto contorcionismo verbal e alegando preocupação exclusiva com a qualidade do ensino, o governo e sua Secretaria de Educação recorrem constantemente à única ferramenta com a qual elaboraram seu plano de reorganização das escolas em ciclos: um estudo que aponta que escolas assim divididas têm melhor resultado no aprendizado.
O estudo, isolado de variáveis, foi tido como inadequado por grande parte dos especialistas em pedagogia e entidades como Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Ação Comunitária (Cenpec), as faculdades de Educação da USP e UNICAMP e diversas outras ONGs.
Aliás, não apenas pelo método precário com que foi realizado como rejeitado veementemente por especialistas em educação e psicologia que contestam muito essa segregação como algo empobrecedor na formação dos jovens. Para Rosely Sayão, psicóloga e consultora educacional, a interação entre idades diversas também é um aprendizado.
E há mais algumas coisas que precisamos saber ou pensar a respeito:
  1. A ideia não é nova. Em 1995 o governo estadual tucano usou essa mesma estratégia do ‘ciclo único’ como forma de induzir a municipalização do ensino fundamental. O resultado foi o fechamento de 150 escolas e 20 mil professores demitidos. Se ciclo único fosse sinônimo de melhoria já estaríamos em estágio muito mais avançado e não vendo esse filme novamente, vinte anos depois;
  2. O governo alega um forte encolhimento na demanda pela educação pública (desde 2000 até 2014 quase 2 milhões de alunos deixaram a rede) o que teria gerado classes ociosas. Pergunta: Se há tantas salas ‘ociosas’, por que São Paulo tem a maior média de alunos por classe do país (34,3 contra 31,1 no ensino médio)?
  3. Há também 26,6 mil professores a menos que no ano passado, uma debandada enorme. Pergunta: Depois de uma greve de quase 3 meses sem obter nenhum centavo de reajuste, o governo esperava ver seu quadro de professores crescer? Com um salário base de R$ 2.400,00 e tomando borrachada da polícia, é essa a valorização ao professor que os tucanos proporcionam? (o governo dirá que isso é bem acima do piso nacional de estupendos R$ 1.900… uma fortuna);
  4. Principal preocupação dos pais (e professores) é a superlotação das salas de aula com a tal ‘reorganização’. Ela procede: pelo índice de qualidade da rede estadual de São Paulo (Idesp) escolas com superlotação têm nota 22% menor que a média;
  5. Ao alegar ‘ociosidade’ em escolas, o governo também ignora que uma redução de 30% no tamanho da turma aumenta a proficiência dos alunos em 44%. O estudo é da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EESP). Resumindo, onde o governo vê de forma empresarial uma sala ociosa, deveria enxergar uma oportunidade de melhoria na qualidade;
  6. Se a segmentação por ciclos é algo tão preponderante na melhoria do ensino, o MEC não deveria estipular essa regra para as escolas privadas também? Por que elas podem misturar as idades?
Com seu autoritarismo, o governo decidiu mexer com a vida de milhares de alunos e suas famílias sem consultá-los, sem ouvir professores nem ninguém. Estava resolvido e pronto e qualquer problema envia-se a PM. As ocupações dos jovens foram uma resposta à retórica vazia tucana.
Sem prever a reação aguda de estudantes, pais e professores, e agarrando-se desesperadamente a seu único e fraco argumento – mostrando total despreparo e falta de consistência na proposta – o governo Alckmin agora apela ao dizer que o movimento é político. Ora, tudo na vida é política e querer desqualificar a presença de militantes do MTST em uma das escolas é mais um sinal claro da arrogância do governador que deve acreditar que filhos de sem-teto não devem estudar.
Em franca demonstração do quanto está ‘aberto ao diálogo’, nesta segunda-feira depois de perder na justiça o recurso de reintegração de posse, o governo inviabilizou a reunião marcada para logo após a audiência. A uma tentativa de conciliação proposta pelos desembargadores, a Secretaria de Educação não compareceu, não enviou ninguém.
Quando questionado, o Secretário da Educação Herman Voorwald afirmou não ser favorável ao envolvimento da PM na questão, disse que aquilo não era caso de polícia mas (tem sempre um ‘mas’) que entendia como necessário para ‘proteção do patrimônio público’.
Ora, quem vem dilapidando o aparato escolar é o Estado. O encolhimento da rede pública de ensino, do número de alunos e perda de professores nada tem a ver com redução na taxa de natalidade ou densidade demográfica. É ‘reestruturação’ econômica e favorecimento à privatização do ensino.
Sobre o Autor
Jornalista, escritor e fotógrafo nascido em São Paulo.
Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-esta-por-tras-da-reorganizacao-das-escolas-pelo-governo-alckmin/

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Por que usar a Bicicleta?

Os benefícios da bicicleta vão muito além do exercício físico.


Por Caloi


Por que usar a Bicicleta?
Os benefícios da bicicleta vão muito além do exercício físico.
Foto: Pekur Oleksandr / Depositphotos

Usar a bicicleta como meio de transporte, principalmente em grandes centros urbanos, pode parecer uma idéia estranha, até irreal. Coisa de atleta, de gente excêntrica, ou de quem não tem dinheiro para ter um carro. E mesmo quem simpatiza com a idéia não consegue se imaginar fazendo isso: "é legal, mas não é para mim". Por isso a Caloi lhe convida a entender melhor como é possível usar a bicicleta nas ruas de grandes cidades, mesmo com todos esses carros e o trânsito que piora a cada dia. Com as dicas que você vai encontrar nessa seção, você vai perceber que usar a bicicleta pode ser possível, seguro e lhe trazer muitos benefícios, além de ser bastante divertido. E como bônus, você vai ajudar a tornar sua cidade melhor para todos - principalmente para si próprio, pois passará a vê-la de outra forma.

Economia de dinheiro

Estacionamento, flanelinha, seguro, IPVA, troca de óleo, mecânico, funilaria, retoque na pintura... O custo de um carro é muito maior do que o combustível, que é a conta que geralmente fazemos ao decidir se compensa ir de carro a algum lugar. De bicicleta, tudo isso fica para trás: ela é movida a arroz com feijão e as peças e eventuais reparos têm custo muito baixo, principalmente se comparados com os de um automóvel. O investimento para adquirir o veículo também é incomparavelmente menor, por melhor que seja o modelo escolhido. Além de tudo isso, você ainda pode economizar com a academia.

Economia de tempo

De bike, levamos sempre o mesmo tempo do trabalho até em casa, tendo trânsito ou não, com chuva ou sol, em qualquer horário. De carro, o mesmo trajeto chega a levar até o triplo de tempo, principalmente se houver chuva no horário de pico. Os Desafios Intermodais realizados em vários lugares do país comprovam que a bicicleta é bem mais rápida nos horários de pico das grandes cidades que as outras alternativas de deslocamento. E não é só no tempo de trajeto que se economiza: você aproveita seus deslocamentos para malhar e manter-se em forma, substituindo ou complementando o tempo que você gastaria malhando.

Mais pontualidade

Com a bicicleta, você sabe quanto tempo vai levar para chegar ao seu destino. Você pode ir mais rápido ou mais devagar, dependendo do tempo disponível ou da sua disposição física, mas consegue se programar. Já indo de carro ou transporte público, você nunca sabe ao certo quanto tempo vai levar e precisa sair bem antes do horário se não quiser se atrasar - e ainda corre esse risco mesmo assim.

Saúde e vida mais saudável

Andar de bicicleta é um ótimo exercício aeróbico e não causa tanto impacto no corpo quanto outros esportes. Pedalar regularmente previne doenças cardíacas, circulatórias, hipertensão, ajuda a controlar o diabetes, aumenta a resistência aeróbica, reduz a obesidade, ativa a musculatura de todo o corpo, diminui a ocorrência de doenças crônicas, faz bem para a saúde do idoso e aumenta o tempo de vida.

Resultados físicos visíveis

Há aumento de massa muscular, queima de calorias e melhoria da capacidade respiratória. É uma malhação ao ar livre, mais prazerosa e sem a sensação de obrigação que muitas pessoas têm em relação a atividades físicas, quando querem apenas perder peso ou melhorar a aparência. A utilização da bicicleta como meio de transporte não é um compromisso a mais para encaixar na agenda: passa a fazer parte da sua rotina, ocupando um tempo que antes era improdutivo e estressante.

Menos stress e preocupação

Quando você está dirigindo e o sinal abre e fecha três vezes, permitindo a passagem de meia dúzia de carros, não há como não se estressar. A sensação recorrente de estar preso em um congestionamento sem poder desistir e ir embora, dependendo dos outros para poder sair do lugar e com medo de ser abordado por um assaltante, faz mal até para a saúde. De bicicleta, você sabe quanto tempo vai levar e depende apenas de si mesmo para chegar mais rápido. Pode não parecer, mas chegar atrasado porque "os outros" estavam congestionando o seu caminho é algo que estressa bastante, porque traz consigo a sensação de impotência. Quanto aos assaltos, se você vir uma pessoa com atitude suspeita perto do sinal fechado, estando de carro em meio ao congestionamento você só pode rezar; na bicicleta, há uma visão muito maior do que está em volta, o que permite fugir ao ver alguém com atitude suspeita, evitando um confronto. Além do mais, não há como fazer seqüestro-relâmpago com ciclista. E na pior das hipóteses, poderiam levar sua bicicleta, que costuma ser muito mais barata que o seguro de um carro!

Mudança no humor

Além da diminuição do stress relacionado ao trânsito, as endorfinas liberadas pelo exercício contribuem para um relaxamento muscular e mental que faz com que você passe a ver a vida com outros olhos. O humor melhora tanto no trabalho como fora dele. Um relacionamento melhor com os colegas de trabalho proporciona um ambiente de mais agradável e produtivo, a cabeça tranquila permite um melhor julgamento em situações críticas. E uma postura mais calma na vida melhora seu relacionamento e torna sua vida mais feliz.

Respirar um ar menos poluído

Não é só por não gerar poluição que na bicicleta respira-se um ar melhor do que dentro do carro. Ao contrário do que se pensa, o ar dentro dos automóveis é mais poluído do que do lado de fora, mesmo com uso do ar condicionado, como já demonstraram diversos testes realizados pela CETESB e pelo Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP. E o ciclista ainda pode (e deve) evitar as grandes avenidas, onde há maior concentração de carros e de poluição, optando por ruas mais tranquilas, agradáveis e com menos fumaça de escapamento.

Sentir-se livre

Não se atrasar para chegar ao trabalho por conta do trânsito, poder sair no horário sem ter que esperar a maré de carros baixar, passar pelas filas de carros parados e não se sentir imobilizado no trânsito, ter 360º de visão, poder olhar o chão e o céu, notar a arquitetura das casas, pessoas, cenários, cheiros, sons, árvores e pássaros, conversar com as pessoas na rua, sentir o sol na pele, o vento no rosto... São sensações incomparáveis, uma cidade que a maioria das pessoas já esqueceu há tempos e que só quem está de bicicleta percebe, sente, vive.
Quer entender melhor? Dê uma chance a si mesmo e tente!

Uma cidade melhor

Andar de bicicleta não melhora apenas a sua vida. Melhora sua cidade também.

Congestionamentos

Cada pessoa que passa a se deslocar de bicicleta em substituição ao carro ajuda a diminuir os congestionamentos. A bicicleta ocupa menos espaço nas ruas e não fica engarrafada: os ciclistas escorrem pelos congestionamentos como a água nas frestas de uma rocha. Quando o trânsito para, a bicicleta flui, liberando o espaço que estava ocupando. Ela pode ser mais lenta que um automóvel ou uma moto em termos de velocidade final, mas transita continuamente e não congestiona. E quando o ciclista para em algum lugar, ele libera a via para que os outros veículos continuem passando.
Deslocar-se de bicicleta é fazer um uso mais cidadão do espaço público e contribuir para termos vias menos congestionadas.

Mortes no trânsito

Não é só o excesso de velocidade ou o uso de álcool que causam acidentes no trânsito. O excesso de carros nas ruas também é responsável indireto pelas várias mortes diárias no trânsito das grandes cidades brasileiras. Na cidade de São Paulo, morre uma pessoa por dia por atropelamento.
Andar de bicicleta é contribuir para um trânsito mais humano, menos violento e com menos mortes.

A necessidade de melhora na qualidade do ar

Todos os veículos com motor, exceto os 100% elétricos, liberam diversos gases poluidores pelo escapamento para se mover, ou mesmo para ficarem parados em um congestionamento. Se o ar condicionado estiver ligado então, a poluição é ainda maior. Esses gases são responsáveis pela morte de dezenas de pessoas todos os dias, por problemas respiratórios ou cardíacos. Ajudam a causar aquela ardência nos olhos ou aquela tosse que você não sabe de onde vem, enfraquecem seu sistema respiratório e permitem que outras doenças se instalem.
Usar a bicicleta é contribuir para a melhoria do ar que todos nós respiramos - inclusive você, seus filhos, sua família.


terça-feira, 17 de novembro de 2015

SERÁ QUE UMA REVOLUÇÃO SURGE NAS ESCOLAS?

SERÁ QUE UMA REVOLUÇÃO SURGE NAS ESCOLAS?


Recentemente alunos da Escola Estadual Antônio Viana de Souza , em Guarulhos, gravaram um vídeo, em uma sala de aula cantando músicas de Chico Buarque de Hollanda e Geraldo Vandré, foi maravilhoso, exala emoção, tivemos ainda as manifestações de resistência em várias escolas, mas fico me perguntando... é preciso ir muito além disso, por que não usar mobilizações como essa para lutarmos por uma educação efetivamente verdadeira, é preciso lutar por igualdade curricular, a escola pública não pode ter um ensino tão distante das escolas privadas. Será que os membros do governo do Estado de São Paulo, não ficam pensando coisas como: "os alunos ficam lutando para não fecharmos escolas, mas não percebem que há muito além disso..." Na minha precária avaliação essa seria uma hora muito significativa para iniciarmos essa revolução, uma revolução para educação, que pense educação. Não deixem esse momento passar!



Prof. Marcos Geo