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sábado, 28 de setembro de 2013

Conselho de Segurança adota resolução sobre armas químicas na Síria

Conselho de Segurança adota resolução sobre armas químicas na Síria


Atualizado em  28 de setembro, 2013
Os 15 membros do Conselho de Segurança aprovaram por unanimidade resolução sobre a Síria
O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade uma resolução para acabar com as armas químicas na Síria.

Em uma sessão em Nova York, os 15 membros apoiaram o projeto de documento acordado anteriormente pela Rússia e os Estados Unidos.
O acordo rompe um impasse de dois anos e meio na ONU sobre a Síria, onde acontece uma dura batalha entre forças do governo e rebeldes.
A votação aconteceu logo após o comitê executivo da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) ter concordado em um plano para destruir o arsenal da Síria até meados de 2014.

Decisão histórica

Falando após a votação em Nova York, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, descreveu a decisão como "histórica".
Ele pediu que o governo sírio implemente a resolução "fielmente e sem atrasos", e também anunciou uma data provisória de meados de novembro para uma nova conferência de paz em Genebra.
O secretário de Estado americano John Kerry disse que a ONU demonstrou que "a diplomacia pode ser tão poderosa que pode pacificamente desarmar as piores armas de guerra".
O chanceler russo, Sergei Lavrov também elogiou a medida, e disse que Moscou estava pronta para participar de "todas as operações" na Síria.
No entanto, ele ressaltou que o sucesso dos esforços internacionais "não era apenas sobre os ombros de Damasco" e que a oposição síria deve cooperar.
A resolução da ONU condena o uso de armas químicas, mas não atribui culpa.
O texto tem duas exigências obrigatórias: que a Síria abandone seu arsenal de armas, e que os especialistas em armas químicas recebam acesso irrestrito.
Apesar de o projeto se referir ao Capítulo 7 da Carta da ONU, que permite o uso da força militar, uma segunda resolução autorizando tal medida seria necessária.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse mais cedo que um acordo entre os membros do Conselho sobre a questão seria uma "enorme vitória para a comunidade internacional".
Tentativas anteriores de uma resolução não se concretizaram devido a divergências entre a Rússia e os Estados Unidos sobre como lidar com a crise na Síria.
Os Estados Unidos - apoiados pela França e Grã-Bretanha - haviam insistido por uma ação militar contra as forças armadas do presidente sírio, Bashar al-Assad, mas a Rússia não concordou.
Reagindo à votação, o embaixador sírio junto à ONU, Bashar Jaafari, disse que a resolução cobria a maior parte das preocupações de Damasco.
Mas ele ressaltou que países que apoiam os rebeldes sírios também devem respeitar o documento aprovado.

'Mensagem inconfundível'

A votação da ONU veio poucas horas depois de a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) adotar o que chamou de "uma decisão histórica sobre a destruição de armas químicas da Síria".
Em um comunicado, após uma reunião em Haia, a organização disse que seu conselho executivo "concordou com um programa acelerado para alcançar a completa eliminação das armas químicas da Síria em meados de 2014. A decisão exige que inspeções na Síria comecem a partir de 1º de outubro 2013".
"A decisão também prevê metas ambiciosas para a destruição que serão fixadas pelo Conselho (executivo) até 15 de Novembro."
O diretor geral da Opaq, Ahmet Uzumcu disse que a medida"envia uma mensagem inconfundível de que a comunidade internacional está se unindo para trabalhar pela paz na Síria".
Estas são questões desconhecidas para a Opaq, uma pequena organização que nunca realizou um trabalho desse porte ou complexidade, segundo o correspondente da BBC Paul Adams.
O documento da Opaq agora faz parte da resolução da ONU, que estabelece governar todo o processo.
Enquanto isso, a violência continua na Síria. Ativistas disseram que um carro-bomba matou pelo menos 20 pessoas perto de uma mesquita em Rankus, uma cidade ao norte de Damasco, logo após as orações da sexta-feira.
A ONU disse que sua equipe de inspetores, atualmente na Síria, está investigando três supostos ataques com armas químicas que acorreram após o ataque de 21 de agosto em Damasco, que deixou centenas de mortos e provocou uma ameaça de ação militar dos Estados Unidos.
Os três ataques estão entre os sete incidentes que ONU disse que sua equipe está investigando.
A ONU disse que sua equipe, liderada por Ake Sellstrom, chegou à Síria para sua segunda visita no dia 25 de setembro, e espera terminar o seu trabalho na segunda-feira.
A equipe está trabalhando em um "relatório completo" que deve ficar pronto até o final de outubro.
A ONU classificou os supostos ataques, todos este ano, como Khan al-Assal no dia 19 de março; Sheikh Maqsoud no dia 13 de abril; Saraqeb no dia 29 de abril; Ghouta no dia 21 de agosto; Bahhariya no dia 22 de agosto; Jobar no dia 24 de agosto e Ashrafieh Sahnaya no dia 25 de agosto.
Damasco insistiu para a investigação dos três incidentes pós-21 de agosto, acusando "militantes" da utilização de gás químico contra o exército em Bahhariya, Jobar e Ashrafieh Sahnaya.

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