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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Argentina e Uruguai compartilharão arquivos da ditadura

Argentina e Uruguai compartilharão arquivos da ditadura



Itamaraty assinou dois acordos para criar intercâmbio de investigação dos casos de violações no Brasil

por Redação — publicado 30/01/2014
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Suspeita-se que o presidente João Goulart, cujo corpo foi exumado, tenha sido assassinado  Dick DeMarsico / Biblioteca do Congresso dos EUA

O Brasil assinou na quarta-feira 29 dois acordos bilaterais com o Uruguai e a Argentina que permitem compartilhar documentos sobre as violações de direitos humanos ocorridas durante o período do regime militar nos três países. Firmado em Havana, Cuba, onde participam da II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o memorando de entendimento prevê que as nações desenvolvam a cooperação e o intercâmbio de informações sobre o assunto e permite que os países solicitem arquivos que tenham sido conservados sobre o assunto.
O governo militar comandou o Brasil entre 1964 e 1985. As Forças Armadas argentinas governaram o país de 1976 a 1983, enquanto a sociedade uruguaia viveu a ditadura entre os anos de 1973 e 1985.
O objetivo dos acordos é contribuir para o processo de reconstrução histórica da memória, verdade e justiça. De acordo com o Itamaraty, o acordo com os dois países deverá auxiliar as atividades da Comissão Nacional da Verdade, que apura os crimes cometidos durante a ditadura brasileira. Os tratados Brasil-Argentina e Brasil-Uruguai são idênticos e estabelecem que os países colaborem com a investigação das “violações de direitos humanos no passado recente” e com o esclarecimento de casos de “desaparecimento forçado de pessoas e outras graves violações”. A iniciativa visa criar um intercâmbio de pesquisas e investigações sobre as “ditaduras que assolaram ambos os países no passado recente”.
O Itamaraty informou que o governo brasileiro considera o acordo um avanço fundamental para a “elucidação de períodos históricos recentes desses três países” e ressaltou que o esclarecimento de tais fatos contribuirá “decisivamente para o fortalecimento da democracia”.
*Com informações da Agência Brasil

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